sábado, 19 de junho de 2010

O bom jogo dos erros



Camarões 1x2 Dinamarca (Grupo E)

As duas equipes começaram a partida sob pressão. A derrota praticamente eliminaria a Dinamarca e eliminaria matematicamente Camarões. O time africano, além disso, vem de um princípio de crise, cujo foco é a discussão entre o principal jogador, Eto’o, e o técnico Paul Le Guen por causa da posição em campo do atacante da Internazionale.

Camarões começou com mais iniciativa, pressionando na frente e explorando erros de passes dos dinamarqueses. Mas foi a Dinamarca quem chegou primeiro. Aos 6 minutos, Rommedhal – o melhor jogador da Dinamarca no primeiro tempo – recebeu bola na corrida, mas chutou por cima da meta do goleiro Souleymanou.

Aos 10, Christian Poulsen cometeu um erro que se tornaria frequente no jogo. Na tentativa de sair jogando, errou o passe e a bola sobrou livre para Webo, que rolou para Eto’o marcar: 1x0, Camarões.

Camarões continuou pressionando na frente e partindo com muita rapidez. A Dinamarca, por sua vez, persistiu com erros de passes na defesa e extrema dificuldade em sair. Os africanos dominavam o meio-campo, roubando bolas ao pressionar os defensores adversários.

A Dinamarca aos poucos foi construindo saídas e passou a oferecer perigo quando conseguia passar do meio-campo. Criava algumas chances, mas nada que oferecesse real perigo ao gol de Souleymanou.

No momento em que Camarões tinha mais presença de jogo, muito mais perigoso em campo, com a ajuda das falhas do sistema defensivo adversário, foi justamente a Dinamarca que marcou. Aos 33 minutos, em ótimo lançamento de Kiaer que encontrou Rommedhal livre pela direita, o veloz atacante apenas rolou para o meio da área camaronesa para Bundtner marcar: 1x1.

A partir daí, como o empate não servia para ninguém, o jogo ficou abertíssimo e bem jogado. Com a ajuda dos erros defensivos, então, ficou para lá de emocionante. Dos 41 minutos até o final do primeiro tempo ocorreu uma sucessão impressionante de entregadas de lado a lado. Os zagueiros pareciam se esforçar para que seus times tomassem gols. Rommedhal, o melhor em campo, quase marcou; Eto’o chutou na trave; Emana chutou a queima-roupa e Sorensen defendeu.

O segundo tempo começou mais cadenciado, mas não tardou para que a velocidade se impusesse como norma. Eto’o passou a jogar mais recuado que no primeiro tempo – a posição na qual joga na Inter, e não quer jogar na seleção –, fazendo assistências muito boas. O problema é que Webo não conseguia concretizar em gol as bolas recebidas.

Já a Dinamarca, auxiliada pela marcação em linha de Camarões, juntamente com a velocidade de Rommedhal, aos 15 minutos, fez o seu segundo gol. E justamente com o próprio. Desta vez, o jogador do Ajax não enfiou a bola na área, mas cortou para a perna esquerda e chutou no canto direito de Souleymanou: 2x1, Dinamarca.

A partir daí, uma sucessão de lances perigosos, tipo toma lá dá cá, com Camarões cedendo ao desespero e a Dinamarca persistindo nos contra-ataques.

Final de jogo. Camarões eliminado e a Holanda classificada. Dinamarca e Japão decidem entre eles quem fica com a outra vaga. Os japoneses jogam pelo empate pelo melhor saldo de gols.

JFQ

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