terça-feira, 22 de junho de 2010

África, território dos americanos

Desde a surpresa com Camarões na Copa de 1982, o mundo do futebol passou a ver as seleções africanas como uma espécie de promessa. Um dia uma dessas seleções fatalmente ganharia a Copa. Generalizou-se a ideia de que os africanos uniam descomunal força física, velocidade, habilidade, mas não tinham disciplina tática. Tinham um enorme potencial, mas lhes faltaria seriedade e organização em campo. Essa ideia ganhou ainda mais força com as várias boas seleções africanas que surgiram em outras Copas, além de mundiais sub-20 e Olimpíadas.

Chegada a vez de um país do continente sediar a Copa do Mundo, veio também a impressão de que o momento seria propício para a concreção da promessa: uma seleção da África levantando a taça.

Ledo engano. Hoje, dois africanos já disseram adeus à Copa: Nigéria e África do Sul. Camarões já o fizera antes. As restantes – Argélia, Gana e Costa do Marfim – terão que suar muito para conseguirem a classificação. O mais provável, inclusive, é que nenhuma passe para as oitavas.

Segundo Tostão, a Copa 2010 evidencia uma involução do futebol africano. Para nosso ex-craque dos gramados e atual craque das crônicas esportivas, atualmente, inclusive, é falsa a noção de que os africanos não têm organização tática: o que passou a faltar é futebol de qualidade mesmo. Ou seja, muita força, muito esquema e pouco futebol.

Em compensação, os americanos estão dando show na Copa. Com exceção de Honduras, todos os demais, ou estão classificados – Uruguai, México, Argentina e Brasil – ou em boas condições de classificação – Paraguai, EUA e Chile.

Engraçado. Em terras africanas, os americanos é que estão com tudo. Será que a situação se inverte em 2014?

JFQ

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