sábado, 25 de junho de 2011

Agora, quem dá bola na América



Santos 2x1 Peñarol
Santos campeão da Copa Santander Libertadores 2011

Rafael, um jovem e brilhante goleiro, com um futuro promissor. Danilo, também jovem, convocado para os times de base da seleção brasileira e, certamente, um jogador que vestirá a amarelinha principal no futuro próximo para atuar na lateral direita ou como volante. A dupla de zaga, a muralha praticamente intransponível: Edu Dracena, o capitão, e Durval, o cabra macho. Adriano, outro jovem talento, a princípio visto como um batedor, mas que evoluiu a bom marcador. Arouca, o elegante meio-campista, raro volante com categoria e inteligência – por falar em seleção, faz por merecer uma oportunidade. Léo e Elano: os representantes da geração de meninos da Vila precedente a esta, e que, apesar de já experientes, encaixaram-se perfeitamente nessa engrenagem vitoriosa. Zé Eduardo (ou Zé Love, para os íntimos... ou íntimas): o quase-matador, cuja movimentação na área adversária compensa a uruca na hora H de marcar o gol.



Por fim, eles, a dupla genial, esperança do futebol brasileiro em 2014: Ganso e Neymar. Aliás, “Ganso e Neymar” passou a ser uma expressão, uma mítica figura ludopédica, uma força futebolística, como a mágica linha de frente de outro Santos, o maior de todos. Quando o santista de hoje estufa o peito para falar “Ganso e Neymar” soa como uma atualização da consagrada “estrofe” repetida por seus pais e avôs: “Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe”. A continuidade dessa dupla já não interessa apenas aos santistas, mas a Mano Menezes, aos brasileiros e a quem aprecia o melhor do nosso futebol-arte-com-resultado.

Organizando tudo, o mestre Muricy Ramalho, que, a pretexto de trazer equilíbrio à equipe, trouxe a liderança que faltava, o comando de quase-pai, muito além da figura fria do estrategista.


Claro, não se pode esquecer dos demais jogadores que, de uma forma ou de outra, participaram dessa gloriosa campanha campeã: Jonathan, Pará, Alex Sandro, Alan Patrick, Bruno Rodrigo, Maikon Leite, Keirrison, dentre outros. Não se pode esquecer o presidente Luis Álvaro de Oliveira, que, a despeito da péssima imagem que têm os cartolas (não sem razão), mostra-se um inovador e um excepcional administrador do clube. Não se pode esquecer, ainda, daqueles que participaram da formação desse escrete tão vitorioso, desde há uns três anos, ora consolidado campeão de vários títulos: Dorival Jr., Wesley, André, Robinho...

Enfim, eis um time campeão, em uma fase esplendorosa, com (mais) uma geração de raros talentos. O tricampeonato da Libertadores fala por si, mas o brilho deste Santos não se resume a ela. Trata-se de um projeto em curso, que já soma dois paulistas, uma Copa do Brasil e agora, a América. No final do ano, quem sabe, contabilizará o maior de todos os títulos: o Mundial. Aí, caso não volte a zebra mazêmbica ou outra zebra qualquer, veremos, enfim, o embate que tanto se desejou de 2010 para cá: Xavi contra Ganso, Messi contra Neymar, Barça contra Peixe. Sim, não foi apenas o Santos que ganhou a América; é o mundo que está ganhando o que o futebol pode dar de melhor.

JFQ

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