terça-feira, 14 de junho de 2011

A esclarecedora entrevista de Mano Menezes

Bastante esclarecedora a entrevista de Mano Menezes ao programa “Bem, Amigos!”, comandado pelo cada vez mais pândego Galvão Bueno, ontem, na SporTV.

Entre os assuntos tratados pelo técnico da seleção brasileira, destacam-se a ausência de Marcelo e de Hernanes nas últimas convocações, a formação tática ideal e os esquemas opcionais.

Sobre Marcelo, Mano afirmou que reconhece sua grande qualidade e o ótimo momento no Real Madrid, e que sua ausência na lista da Copa América não se deve a qualquer rixa pessoal ou coisa que o valha. O técnico da seleção, aliás, disse que a função exige responsabilidade, o que não se coaduna com melindres a impedir a presença de um jogador de qualidade no time. A razão para que Marcelo não conste do elenco que vai à Argentina é a falta de compromisso com a camisa canarinho que Mano enxergou no seguinte fato: em convocação anterior, o lateral pediu para não ser chamado a fim de que tratasse de uma lesão; no entanto, teria chegado a Mano, por engano, um e-mail enviado por Marcelo ao Real, dizendo que conseguira se desvencilhar da seleção brasileira, no caso, para priorizar o clube naquele momento. O episódio, relatado por Galvão Bueno, não foi rechaçado pelo técnico da seleção. Porém, Mano disse compreender que existem fortes pressões exercidas pelos clubes, e afirmou não fechar as portas para Marcelo em convocações futuras.

Quanto a Hernanes, que fez uma ótima temporada de estreia na Itália, Mano negou que sua ausência nas últimas listas se deva à expulsão na partida contra a França. Para o treinador, Hernanes estava sendo convocado na condição de volante, mas passou a assumir a função de meia-atacante na Lazio, em esquema que não deve ser seguido na seleção. Ao mesmo tempo, outros jogadores passaram a se destacar na mesma posição de Hernanes (arrisco dois: Elano e Lucas).

Sobre o esquema tático ideal, Mano Menezes apontou que pretende jogar num 4-3-3 que, eventualmente, pode ser convertido em um 4-2-3-1, o esquema da moda na Copa de 2010. Imagina um volante central, mais fixo (no time de hoje: Lucas Leiva, titular; Sandro, reserva), e outro, que suba mais à frente (Ramirez, Elias); um meia-armador (P.H.Ganso, praticamente único); um meia-atacante ou ponta-de-lança (Robinho, Lucas); um segundo atacante ou “atacante de beirada”, como diz o próprio técnico (Neymar, Nilmar) e outro, de área ou centroavante (Pato, Fred).

Mano também afirmou que não vê Elano como um volante, mas como um meia – inclusive, desde os tempos do Santos, campeão brasileiro de 2002 –, assim como não enxerga Robinho fazendo a função de meia-armador. Também reconhece que Ganso é fundamental a seu esquema e, considerando suas seguidas contusões, imagina opções – um plano B e um plano C – com Jadson ou com Elano.

Enfim, o técnico da seleção foi bastante sincero e objetivo em suas respostas. Ficou mais clara sua proposta para o escrete canarinho. Se tudo isso dará resultados, contudo, o futuro é que dirá.

JFQ

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