terça-feira, 20 de abril de 2010

Quem hoje, além do Barcelona, é páreo para o Santos?

Sim, estou encantado com o futebol dos meninos da Vila. Sei que não sou o único. Assim como também sei que há muita gente que considera os elogios ao Peixe um exagero, um oba-oba. Dessa forma, sei que a opinião a seguir é polêmica, mas juro que se baseia em uma concepção sincera, não em mera intenção de provocar: Hoje, para mim, o Santos só não é superior ao Barcelona entre todos os times do mundo.

Lógico: não há como se comprovar a tese promovendo uma disputa entre os dois. Quer dizer, nem assim daria para se chegar a uma conclusão sobre quem é o melhor: afinal, se o Barça for surpreendido pela Inter, pelo Bayern ou pelo Lyon na Liga dos Campeões da Europa, ou ainda pelo Real Madrid no campeonato espanhol, nem assim eu chegaria à conclusão de que se trata de um time inferior aos citados. Da mesma forma, se o Santos perder a final do Paulistão para o Santo André. Quando falo em melhor time, digo aquele com melhor técnica, mais bem armado taticamente e mais equilibrado nos três setores do campo. Até mesmo o propagado ponto fraco santista – a defesa – a mim não parece lá tão frágil assim. Que ninguém nos ouça, mas não levo muita fé também no xerife catalão, o Puyol. Nem por isso há que se negar que se trata de um time muitíssimo bem estruturado, além de dinâmico, veloz, ágil, matador, etc., etc., etc.

Vou revelar um segredo. Apesar de corinthiano, por estes dias prefiro ver os jogos do Santos aos jogos do Timão. Como foi duro acompanhar Corinthians 2x0 Racing enquanto a outra emissora transmitia Santos 8x1 Guarani! A propósito, ocorre hoje o mesmo que sentia nos tempos do São Paulo de Telê, quando também preferia assistir aos jogos do Tricolor aos do meu time. As triangulações, tabelas e chegadas rápidas e fatais criadas por Raí, Palhinha, Cafu, Müller e companhia eram de encher os olhos. Lembro-me, inclusive, de ser criticado quando dizia que aquele São Paulo estava no mesmo nível de Barcelona e Milan, coqueluches européias da época. Fui mais respeitado em minha opinião quando o time do Morumbi faturou dois mundiais justamente contra os bambambãns. Por que tendemos a minimizar os jogadores e times brasileiros frente aos europeus, mesmo sendo o Brasil o país com mais títulos mundiais, o tal país do futebol? Ah, porque mesmo os brasileiros estão lá na Europa?! Mas, nos casos citados, quem ainda não se convenceu de que Raí e Cafu estavam, assim como Neymar e Ganso estão no mesmo nível dos principais jogadores que atuam na Europa, brasileiros ou não?

É isso aí. Podem reclamar os torcedores do meu Corinthians, ou os do São Paulo, do Palmeiras, do Manchester United, do Chealsea, do Bayern, do Real e de tantos outros mega clubes, mas, para este modesto apreciador do futebol bem jogado, ninguém melhor, no momento, que Santos e Barça para demonstrá-lo. Talvez, para além dos bons elencos e da disciplina tática, por serem extremamente ofensivos e por terem jogadores excepcionais em momentos mágicos de suas carreiras. Além do mais, méritos aos seus treinadores, ambos relativamente jovens no ofício: Guardiola e Dorival Jr. E, fundamentalmente, aplausos a seus craques, candidatos a gênios: Robinho, Ganso e Neymar, de um lado, Xavi, Iniesta e Messi, de outro.

***
Em tempo: Pelo exposto acima, posso me orgulhar muito do Corinthians, que foi campeão brasileiro em cima daquele São Paulo de Telê e Raí (1990) e campeão paulista sobre este Santos de Neymar e Ganso (2009).
Que bom que os enfrentamentos se deram antes que as máquinas tricolor e santista estivessem totalmente engrenadas.

JFQ

Imagem tirada do Blog do Juca Kfouri

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