Juca Kfouri
Campeão invicto, o Corinthians se iguala
ao Santos de 1963, embora Pelé & cia tenham jogado apenas quatro jogos
--uma vitória e um empate com o Botafogo, sem Mané Garrincha, e duas vitórias
sobre o Boca Juniors.
Agora, só sete clubes ganharam sem derrota
--e desde 1978 que a façanha não era atingida.
O Corinthians, como se sabe, disputou e
não perdeu nenhum dos 14 jogos. E deixou pelo caminho o Vasco campeão de 1998,
o Santos tri e o Boca hexa. Certamente este time corintiano não é o melhor dos
campeões brasileiros na Libertadores, mas se tornou o maior deles.
Porque o Santos de Pelé, o Cruzeiro de
1976, o Flamengo de Zico, o São Paulo de Telê Santana e Raí, o Palmeiras de
Felipão e Alex, o São Paulo de Paulo Autuori e Rogério Ceni de 2005 e o Santos
de Neymar no ano passado tinham times melhores, assim como o bicampeão Inter
era do mesmo nível e por aí afora.
Verdade que o Grêmio, em 1983, também
superou três campeões: Flamengo, Estudiantes e Peñarol. Que o Vasco, em 1998,
passou por Grêmio, Cruzeiro e River Plate.
Que o Palmeiras, em 1999, derrotou Olimpia, Vasco e River Plate.
Que o Palmeiras, em 1999, derrotou Olimpia, Vasco e River Plate.
E que o Santos, no ano passado, eliminou
Colo-Colo, Once Caldas e Peñarol.
Mas o Corinthians venceu campeões maiores,
que somam dez títulos --e invicto o dobro de jogos dos maiores invictos.
Sim, o próprio Corinthians, com times
superiores, não conseguiu ganhar no começo do século, o que apenas aumenta a
façanha deste time que Tite conduziu com serenidade.
Oswaldo Brandão e Basílio, em 1977; Nelsinho
Baptista e Neto, em 1990; Osvaldo de Oliveira e um timaço em 2000 têm agora
companhia ilustre e cada um escolherá o seu herói.
Ralf que fez o gol do empate no último
minuto na estreia e evitou uma crise.
Paulinho que fez no Vasco e roubou de
Riquelme. Emerson e Danilo que despacharam o Santos.
Romarinho!
Cássio, Chicão e Leandro Cástan, todos que
permitiram ao Corinthians sofrer tão poucos gols.
E a Fiel, é claro, que mais uma vez
transbordou num Pacaembu que está se despedindo da vida do Timão, mas que
entrou em sua história no IV Centenário de São Paulo, em 1954, sob a batuta de
Cláudio, Luizinho e Baltazar para sair em grande estilo quase 60 anos depois.
Publicado na Folha de S.Paulo, em 05/07/2012.
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