Paulo Vinícius Coelho
O empate na Bombonera impediu reflexões sobre a maneira como o Corinthians jogou a primeira partida das finais da Libertadores. O time não marcou por pressão, como Tite pretendia - ou pelo menos afirmou ser sua intenção. Esse não foi o maior pecado.
O Corinthians jogou uma final como se joga, com raça. Ou quase. Porque além de raça, é preciso ter cabeça no lugar e bola no chão. Reveja a atuação de Alessandro, um dos mais seguros da defesa. A cada susto, bola pro mato.
No lance do gol de Romarinho houve o acerto. Antes, o excesso de chutões, para impedir a presença do Boca Juniors perto do gol de Cássio.
Quando Paulinho colocou a bola no chão, o Corinthians chegou. Foi assim aos 7 minutos, tiro de meia distância dele, bola espalmada por Orión. Foi assim principalmente na jogada de Paulinho e Émerson, do gol de Romarinho.
Quando o Corinthians rifou a bola, chamou o Boca para seu campo, risco que não deve correr na quarta-feira. Com bola no pé, o Boca procura Riquelme e este vai atrás do espaço vazio. No segundo tempo, jogou às costas de Ralf, entre o volante e o lateral Fábio Santos. Armou todas as jogadas.
Quarta-feira, o Corinthians tem dois caminhos. Se mesclar a raça da Bombonera, com marcação pressão - sua melhor característica - e paciência para sair da defesa para o ataque com bola no pé, o Corinthians será campeão da Libertadores. Se deixar o Boca trocar passes, como no segundo tempo de Buenos Aires, corre o risco de perder. Em vez de bola pro mato, porque o jogo é de campeonato, a receita é bola no chão, para ser campeão.
Publicado em O Estado de S.Paulo, em 02/07/2012.
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