quinta-feira, 24 de março de 2011

Guerreiros em seu “Dia D”



Sofrido, dramático. São os melhores adjetivos para qualificar a partida do Fluminense, ontem, no Engenhão, contra o mexicano América. Caso não vencesse – até mesmo um empate seria considerado um resultado desastroso –, o Tricolor carioca estaria praticamente eliminado da Libertadores, logo na primeira fase. No entanto, apesar dos tropeços e da angústia, eis que os guerreiros das Laranjeiras mostraram sua força. Pode-se dizer que foi o “Dia “D do Flu na Libertadores: “D” de Digão e de Deco, os principais nomes da partida, por uma razão ou por outra.

O Flu, comandado pelo técnico interino Ederson Moreira, foi sempre ofensivo, mas sem muita eficiência, além de deixar buracos na defesa. Buracos, diga-se de passagem, muito bem aproveitados pelo América, perigosíssimo nos contra-ataques. Além disso, nomes de peso do Fluminense como Fred, Emerson e Conca, apesar de estarem em campo, notadamente jogaram aquém de sua melhor forma física e técnica. E Mariano, responsável por bons ataques pelo lado direito, foi substituído no decorrer da partida, após sentir o joelho esquerdo. Seria mais um caso da falta de “estrutura” das Laranjeiras?

Em meio ao desespero – e à tentativa vã de mostrar capacidade de evitá-lo – o time do Flu partiu para cima de forma atabalhoada. Em um desses ataques, a bola foi interceptada por defensor mexicano, que deu um chutão de cinquenta metros à frente, culminando na trombada coletiva entre o zagueiro Digão, o goleiro Ricardo Berna e o atacante Sanchez. Berna não conseguiu segurar a bola, que sobrou livre para Sanchez marcar o primeiro.

Na iminência de terminar a etapa inicial atrás no placar, o Fluminense foi para cima com mais afoiteza ainda. Mas deu resultado: após bola alçada na área, Gum acertou a cabeçada e empatou a partida.

A tônica do segundo tempo não foi muito diferente: o Fluminense partido para a pressão e o América aproveitando os contra-ataques. Deco entrou no lugar de Mariano, machucado, e Souza passou à lateral direita. Moreira ainda promoveu as entradas de Araújo e Rafael Moura, nos lugares de Julio César e Emerson.

Aos 27, em mais uma infelicidade de Digão, o zagueiro tricolor empurrou a bola para dentro ao tentar interceptar chute de Sanchez, o algoz tricolor da noite. Para fazer justiça ao zagueiro, pelo que tudo indica, a bola entraria com ou sem a sua participação.

O Tricolor teria aproximadamente quinze minutos para virar a partida. Tarefa para verdadeiros guerreiros. E eles se apresentaram.

Foi quando brilhou a estrela de Deco. O “luso-brasileiro”, após boa jogada pela direita, cruzou a bola na medida para a cabeçada de Araújo: 2 a 2. Aos 42, ele próprio, aproveitando-se de vacilo do arqueiro Novarrete, que saiu mal, marcou o gol com um toquinho por cobertura, dando números finais à partida: Fluminense 3x2 América.

Com 5 pontos, o Tricolor, que começara a rodada sob a ameaça de eliminação precoce, agora é o esperançoso terceiro colocado do Grupo 3, com um ponto a menos que o segundo, o próprio América, e dois atrás do líder Argentino Juniors. Restando duas partidas para terminar a primeira fase – ambas a serem jogadas fora de casa, contra Nacional e Argentino Juniors – não se pode dizer que seja uma situação privilegiada. Porém, perto do vexame que se desenhava, está para lá de bom.

JFQ

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