terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Rodada de clássicos nos estaduais


Santos 2x0 São Paulo

A última rodada dos estaduais foi marcada por clássicos. Além disso, por bons jogos e belos gols.

Pelo Paulistão, o Santos confirmou sua condição de favorito ao bicampeonato, impondo um placar de 2 a 0 sobre o São Paulo, ainda no primeiro tempo. O jogo foi bastante disputado, com maior volume de jogo do Tricolor – principalmente na segunda etapa – e maior eficiência defensiva e ofensiva do Peixe. O Santos, aliás, reforçou as expectativas de que o ano de 2011 promete. O time é líder do campeonato, Adilson Batista parece ter conseguido organizar a equipe à sua maneira, Elano entrou muito bem e já posa de líder no meio campo (creio que, em breve, será chamado para a seleção) e, como se não bastasse, o Santos não conta ainda com Arouca, Neymar, Ganso e, talvez, tenha de volta Zé Love. Em suma, trata-se de um timaço, quiçá o melhor do país, no papel, e, como se pode constatar nas cinco primeiras rodadas do Paulistão, também em campo.

Sem exageros, o meio-campo formado por Elano, Arouca e Ganso, a mim parece um dos melhores do mundo na atualidade. Se Keirrison voltar a jogar perto do futebol que o consagrou no Coritiba, fará um ataque infernal com Neymar e Maikon Leite. Vale lembrar que este, contudo, deve ir para o Palmeiras na metade do ano.

O São Paulo mostrou garra, esforço, mas não passou muito disso. A equipe de Carpeggiani carece de um padrão de jogo definido, e de fugir da mesmice nas jogadas de Dagoberto e Fernandinho, ou mesmo de Marlon, que mostram velocidade, ímpetos de avançar na zaga adversária, mas pouca produção de gols. Para piorar, Fernandão não anda bem. Falta ao Tricolor, depois da saída de Ricardo Oliveira, um matador. Além de um articulador ou, no mínimo, um “esboço de maestro”, depois da saída de Hernanes. A boa expectativa fica por conta da dupla de laterais Ilsinho e Juan que, se bem aproveitados, poderão constituir o ponto positivo do time do Morumbi. Além das revelações Lucas e Casemiro, que também voltam ao time em breve, logo que terminar o Sul-Americano Sub-20.

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Portuguesa 0x2 Palmeiras

O Palmeiras deu mais uma prova de sua ascensão. A equipe ainda é bastante limitada, ainda não conta com a presença de seu melhor jogador – Valdívia –, mas já se mostra superior àquela sofrível equipe do ano passado. Não que o futebol apresentado seja brilhante, longe disso. Mas Felipão parece estar encontrando o ponto ideal do que espera de uma equipe competitiva, sopesadas as limitações de elenco. O lateral Cicinho, vindo do Santo André, vem se destacando jogo a jogo, inclusive com um golaço contra a Portuguesa. Os 2 a 0 no clássico (a propósito, continua a se considerar clássico jogos contra a Lusa?) foi mais do que justo pelo futebol mostrado pelo Verdão, que continua a ser um time esforçado, com a diferença de que agora está conseguindo somar seus valiosos pontinhos e colocar-se bem no campeonato.

Além de Cicinho, destaque para Marcos, que retornou, pela enésima vez, jogando bem. Destaque também para Kleber, menos “gladiador” que no Cruzeiro, mas eficaz na condição mista de xerifão da frente, pivô e garçon do ataque palmeirense.

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São Bernardo 2x2 Corinthians

O Corinthians empatou mais uma vez. Agora, contra o São Bernardo, no histórico estádio da Vila Euclides, onde, sob o comando de Lula, ocorreram as famosas greves de 1978. O ex-presidente, aliás, assistiu à partida, vestido com uniforme metade Corinthians, metade São Bernardo. Saída tucana, poderiam dizer seus mais irônicos críticos.

Com a cabeça voltada para o jogo de quarta contra o Tolima, pela Libertadores, o Corinthians jogou com equipe predominantemente reserva. Se o empate não foi um bom resultado – também não foi desastroso –, a boa notícia ficou por conta da atuação do peruano “Catito” Ramirez. Rápido pelos lados do campo, finta e tabela muito bem e, marcou um golaço, revelando-se grande chutador de fora da área.

Além da atuação de Ramirez, outra boa notícia para os corinthianos deve ser o anúncio nesta semana das contratações do volante Cristian e do atacante luso-brasileiro Liedson. Neste caso, melhor será que as novidades possam atuar na Libertadores, o que depende da classificação do time na partida de quarta-feira.

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Flamengo 2x1 Vasco da Gama

Foi nítida a superioridade do Flamengo contra o Vasco. A equipe cruzmaltina, coitada, até mostrou empenho, principalmente na segunda etapa. Mas a inferioridade técnica não impediu a vitória do arquirrival, sem muito esforço, diga-se de passagem. Basta ver a atuação de Felipe, goleiro flamenguista, e do ótimo Fernando Praz, goleiro vascaíno: este foi muito mais acionado e fez boas defesas, enquanto aquele demonstrou uma performance burocrática e “para o gasto”.

Para além do aspecto técnico e tático, o lado psicológico – ou até, a aura – dos dois clubes revelou-se no clássico. A Gávea está em estado de graça com seus novos reforços. Thiago Neves, mesmo distante de sua melhor forma, mostrou a qualidade de grande jogador com um golaço e boa distribuição de jogadas do meio para frente. Ronaldinho Gaúcho, que assistiu à partida de camarote, ao lado da presidente Patrícia Amorim, já provocou o esgotamento dos ingressos da próxima partida do Mengo, contra o Nova Iguaçú, quando estreará com a camisa rubro-negra.

O Vasco, por outro lado, vive uma crise de bastidores, após bate-boca entre seu presidente Roberto Dinamite – cuja gestão vem sendo bastante criticada – o Carlos Alberto, principal jogador do elenco cruzmaltino. Para não dizer que é o pior time do campeonato carioca (perdeu todos os jogos), sem chances de chegar às semifinais.

As semifinais da Taça Guanabara, pelo que tudo indica, deve ser entre Botafogo x Resende ou Boavista e Flamengo x Fluminense, os dois últimos campeões brasileiros. Em tempo: promete ser o melhor Fla-Flu dos últimos anos.

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Grêmio 2x1 Internacional


No último domingo também houve um inusitado Grenal em terras uruguaias. O principal clássico gaúcho ocorreu na cidade de Rivera, no país vizinho. Tanto o Grêmio – com a cabeça voltada para o jogo de quarta contra o Liverpool, pela Libertadores – como o Inter usaram suas equipes B. O técnico gremista Renato Gaúcho sequer foi a Rivera. O suposto desprestígio ao Grenal, contudo, não foi o bastante para que a partida fosse emocionante: 2x1 para o Grêmio, de virada.

JFQ

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