segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Locomotiva azul



Cruzeiro 5x0 Estudiantes

Desde o início da partida, o Cruzeiro pareceu uma locomotiva desenfreada para cima do Estudiantes. Sabe-se lá o quanto a sede de vingança pela derrota na final da Libertadores 2009, em pleno Mineirão, pesou no empenho de seus jogadores. O fato é que deu pena do craque Verón diante da voracidade da Raposa, em noite inspiradíssima de Roger e Montillo.

A equipe de Cuca impôs um jogo eletrizante. O gol de Wallyson, logo nos primeiros segundos, foi a senha para o sofrimento que acompanharia a equipe argentina. O atacante, aliás, foi até mais participante e perigoso no ataque do que Wellington Paulista, em tese, o matador do time mineiro.

Fábio trabalhou pouco. Não somente pelo ímpeto ofensivo do Cruzeiro, mas pela eficiência defensiva, com destaque para as atuações do zagueiro Gil e do volante Marquinhos Paraná. Gilberto também esteve muito bem na lateral esquerda, posição na qual volta a se acostumar.

Após o primeiro gol, o Cruzeiro recuou e Estudiantes começou a esboçar ataques, sempre iniciados dos pés de Verón. O que o Estudiantes não contavam era com a ineficácia dos manjados lançamentos do carequinha argentino e, especialmente, com a surpreendente eficiência dos contra-ataques cruzeirenses.

Justamente em um contra-ataque, Montillo encontrou Roger na frente, que driblou e acertou um belo chute de direita no canto. Em seguida, o próprio Montillo se encarregou de destroçar seus compatriotas do Estudiantes com dois belos gols: o primeiro, após ótimo passe de Roger; o segundo, em um belíssimo chute de fora da área. Wallyson, por fim, deu números finais ao baile da Raposa.

Roger esbanjou nos lançamentos, quase sempre perfeitos. Já o Estudiantes, mostrou, além da fragilidade na defesa, excessiva dependência de Verón, sempre procurado pelos companheiros.

Não só pelo placar – contra um adversário poderoso, pelo menos no papel –, mas pelo entrosamento e pela vontade demonstrada em campo, o Cruzeiro se credencia como seríssimo postulante ao tricampeonato da Libertadores.

Destaque negativo para a frágil segurança do estádio de Sete Lagoas e positivo para a atuação firme de Carlos Amarilla.

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Burocrático e sonolento

Deportivo Táchira 0x0 Santos

Burocrático e sonolento são os melhores adjetivos para definir a partida de estreia do Santos na Libertadores. Jogando em San Cristóbal, na Venezuela, contra o fraco Deportivo Téchira, o Peixe postou-se em campo sem a ousadia dos seus meninos. A propósito, os santistas deste ano já não são mais tão meninos, a começar pelo principal articulador de jogadas: Elano.

Adilson Batista montou uma equipe cautelosa e mais pesada, mantendo Maikon Leite e Zé Eduardo no banco. Em compensação, escalou os campeões do Sul-Americano sub-20 Neymar e Danilo, e colocou o lateral esquerdo Alex Sandro no segundo tempo, no lugar de Léo.

O Santos, apesar nitidamente superior tecnicamente ao Táchira, foi, digamos, extremamente respeitoso. O goleiro Rafael praticamente só assistiu à partida. Além disso, a dupla sub-20 do Peixe demonstrou o cansaço pela campanha vitoriosa no Peru, especialmente Neymar, sempre muito caçado em campo. Danilo até mostrou boa movimentação na ala direita – o titular Jonathan está contundido –, mas não logrou êxito em produzir jogadas, talvez pela ausência de Maikon Leite, que vem jogando muito bem por aquele setor.

Destaque para Rodrigo Possebon, volante vindo do Manchester United, que mostrou firmeza na marcação, cobrindo as saídas mais à frente de Arouca, ainda fora de forma. Elano abusou dos lançamentos a Neymar e Diogo, sem muito proveito. Diogo, apesar de presente próximo à área do Táchira, não ofereceu qualquer perigo ao goleiro adversário, sendo substituído no segundo tempo por Zé Eduardo. O garoto de Promissão, porém, também não entrou bem no jogo.

Apesar da nítida superioridade técnica do time, o Santos conseguiu apenas chutar uma bola na trave do Táchira – bate-rebate em que a bola sobrou para Danilo, na pequena área –, e ainda tomou um pequeno sufoco no final da partida.

O empate sem gols foi o resultado mais apropriado pela qualidade do futebol demonstrado pelas duas equipes.

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A estreia dos gaúchos

Mantendo a fase do gauchão, o Inter, atual campeão da Libertadores, empatou com o Emelec, no Equador, por 1 a 1. Empate com sabor de derrota, já que o Colorado vencia a partida quando tomou o gol nos acréscimos.

Já o Grêmio passou fácil pelo Oriente Petrolero, da Bolívia, por 3 a 0, no Olímpico.

JFQ

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