domingo, 11 de julho de 2010

Afinal...

Afinal, chegou a vez da Holanda ou da Espanha ser campeã mundial. Esta, aliás, jamais fora a uma final de Copa, enquanto a Holanda participou – e perdeu – as finais de 1974 e 78. Assim mesmo, não tendo títulos mundiais, tanto uma quanto outra constavam da lista de favoritas à conquista da Copa 2010 da maioria dos comentaristas. Duas camisas de peso, hoje e no passado.

A propósito, preciso rever um post anterior, em que dizia ser esta a “Copa dos descamisados”. Na verdade, considerando a final, será apenas a “Copa dos sem taça”. Para um deles, inclusive, a busca histórica pelo precioso objeto ainda prosseguirá a partir de 2014.

Confronto de dois ritmos distintos: a Holanda mais cadenciada, a Espanha, mais apressada. Ambas valorizam muito a posse de bola. A Espanha marca mais em cima. Faço um necessário mea culpa: havia dito que, afora Alemanha e Espanha, nenhuma outra seleção tinha um padrão de jogo, um time propriamente, um conjunto. Isso não cabe à Holanda, que tem, sim, um conjunto. Não empolga, mas é eficiente, ou seja, ganha.

No caso da Holanda, o princípio do “quem não faz toma” é quase uma verdade absoluta. Qualquer bobeada pode ser fatal.

No entanto, a Espanha tem mais habilidade, tem mais objetividade no toque de bola e costuma ser mais incisiva nas suas investidas. Se a Holanda tem Sneijder, a Espanha tem Xavi, Iniesta e outros capazes de tocar bem a bola, inclusive reservas como Pedro e Fábregas. Se a Holanda tem a rapidez de Robben, a Espanha tem o oportunismo do matador David Villa.

Penso que a Espanha determinará o vencedor. Se ela jogar como Fúria, tal qual fez contra a Alemanha, vencerá. Porém, a Espanha é instável, ao contrário da Holanda. Esta venceu todas as partidas da Copa, ainda que não tenha encantado em nenhum. Caso a Espanha não jogue como Fúria, a Holanda dificilmente vacilará.

Eis a final inédita, de certo modo facilitada pelo chaveamento. Os grandes feitos de ambas foram as eliminações de Brasil e Alemanha. No restante, enfrentaram equipes inferiores.

Pelo potencial do futebol, aposto na Espanha. Pelo passado, pelo fato de ser a terceira final e por ter revelado o carrossel, seria bom que a Holanda saísse vitoriosa. Pelo fato de o clube dos campeões ganhar mais um integrante, seja lá qual for, será bem-vinda ao clube.

JFQ

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