quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Brecando o Barça


José Roberto Torero

Depois da derrota para o Barcelona, os jogadores e a comissão técnica do Santos se reuniram num dos quartos do hotel em que estavam e fizeram um pacto solene: voltaremos ao Mundial em 2012. O Santos quer vingança, desforra, revanche. Mas para isso é bem provável que tenha que enfrentar os grenás de novo. Pois bem, para ajudar Muricy nesta árdua tarefa, pensei em seis maneiras de segurar o Barcelona.

A primeira é o "homem a homem radical". Ou seja, os dez jogadores de linha santista pegariam individualmente os dez do Barça. É claro que o pobre coitado que ficar com o Messi sofrerá um bocado, mas o saudável Adriano não se intimida. Marcação assim é coisa nunca tentada, porém, como o toque do time catalão é novidade, há que se enfrentar invenção com invenção.

"Pressão total" é a segunda tática. Já foi usada em alguns breves momentos por Mourinho. Trata-se de marcar o Barça em seu próprio campo. É claro que para dar certo precisa de um tremendo preparo físico, mas isso é o mínimo se você quer vencer os melhores do planeta.

Uma "barricada defensiva" também pode ser eficaz. Se na final do Mundial o Barça jogou no 3-7-0, o Santos pode jogar no 9-0-1, ou seja, todo mundo atrás e bola para o Neymar correr. É uma tática covarde, mas com o Getafe deu certo.
"UFC neles!" é a quarta possibilidade. Ou seja, a velha e tradicional porrada. O Santos foi muito manso com os adversários. Um pouco da arte de Chicão, Cocito e Márcio Rossini poderia ter intimidado os espanhóis. Ou, pelo menos, aliviaria a frustração do torcedor que sentou ao meu lado no estádio, que gritava: "Acerta um chute neles, só um chutezinho...". Mas os santistas não alcançavam a bola nem as canelas adversárias.

Minha quinta sugestão chama-se "Playstation na cabeça". Ela consiste em marcar não apenas o jogador, mas principalmente o passe, como fazemos quando jogamos o velho Winning Eleven. Para isso, os jogadores de marcação precisam se mexer o tempo todo, em vez de apenas um, aquele que fica correndo atrás da bola feito um bobinho.

E a sexta sugestão é a "Pirataria Já". Ou seja, vamos aprender o que faz o Barcelona e imitá-lo. É curioso que não haja nenhum time do planeta tentando algo assim. Os catalães já fazem sucesso absoluto há dois anos, mas nem um Manchester United, nem um Mogi Mirim, tentam seguir seus passos. Se fosse na Fórmula 1 ou na música popular, já teríamos cópias confiáveis. Porém, até agora, nada. É muita preguiça. E isso aqui, como diz o Muricy, é trabalho.
Publicado na Folha de S.Paulo, em 24/12/2011.

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