segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Aconteceu de novo

Juca Kfouri





O Palmeiras caiu novamente.

Time grande cai sim.

Até mais de uma vez.

Mas só quando seus cartolas são pequenos.

A segunda vez em dez anos!

É muito.

Não há o que console o palmeirense, mas não há mais o que fazer.

Aliás, há sim.

Mudar de cima abaixo, de baixo para cima.

Já que nem na hora da agonia as facções se uniram em torno da salvação nesta verdadeira faixa de Gaza que habita o Parque Antarctica, chegou a hora de botar para fora os responsáveis pela nova humilhação.

No voto, não na pancadaria, nem botando fogo em coisa alguma, quebrando ou pichando nada. No voto!

Porque 2013 pode ser, apesar de tudo, um ano inesquecível na vida do Palmeiras, seu centésimo ano e em casa nova.

Ser bi da Série B não acrescenta nada, além de mais gozação, embora seja obrigatório buscar o título.

Mas ser bicampeão da Libertadores pode salvar tudo, pode tornar a segunda divisão brasileira apenas um acidente, um roteiro turístico diferente do habitual, domingos liberados para a família.

Para tanto, no entanto, será preciso que a eleição em janeiro tenha o efeito de uma revolução.

Não pode ser fruto de acordos espúrios, acomodação entre gente que não se dá, que tão logo assuma o poder passe a brigar entre si em lutas fraticidas.

Ou o Palmeiras acorda para uma nova fase em sua existência centenária, ou corre o risco de mais do mesmo, para voltar a sucumbir adiante.

E se uma vez já é muito e duas é demais, três será insuportável.

Até fatal.


Parte da coluna de hoje na “Folha de S.Paulo” e comentário para o “Jornal da CBN” desta segunda-feira, 19 de novembro de 2012.


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