sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O marketing, o antimarketing e o ridículo

O São Paulo fez sua estreia na Libertadores contra o Monterrey do México, no Morumbi, na última quarta-feira. No intervalo, Cléber Machado, numa súbita invasão ao Big Brother Brasil 10, revela aos seus integrantes que terão uma surpresa: na casa estão escondidas luvas de goleiro, e quem encontrá-las ganhará a camisa que Rogério Ceni usa em campo. Aliás, o que não é surpresa é a onipresença do BBB 10 na programação da Globo, passível de incursões inusitadas em novelas, telejornais, programas de auditório, de variedades ou transmissões esportivas. Muito bem, eis que um brother acha o objeto e, ao final da partida, Rogério Ceni é chamado pelo repórter para tomar conhecimento de quem levará sua camisa. Mais rápido que o repórter, surge um sujeito com um banner de publicidade, desses que ficam atrás de jogadores e técnicos quando dão entrevistas, postando-se às costas do goleiro são-paulino. Mais rápido ainda é o editor da transmissão: tira a imagem de Rogério e joga para a torcida, mantendo, contudo, o áudio com a fala do goleiro.

A situação, de tão ridícula, é engraçada. Briga de gato e rato: um, de um lado, correndo para fazer determinadas marcas aparecerem na tela; a Globo, de outro lado, já que não foi paga para promover tais marcas, correndo suas câmeras para impedir que apareçam. No meio, nós, torcedores/telespectadores, obrigados a assistir esse pequeno e grotesco espetáculo sob a lógica do marketing, além, é claro, do interessantíssimo grupo de confinados na “casa mais famosa do Brasil”.

JFQ

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