quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Grande área não é velho oeste: abaixo o zagueiro xerifão!

No seu primeiro confronto na Libertadores 2012, o Fluminense passou apertado pelo Arsenal, da Argentina: 1 a 0. Críticas à parte pela atuação da equipe, o certo é que três pontos foram garantidos na luta do tricolor das Laranjeiras rumo ao título inédito de campeão sul-americano.

Mais do que isso, chamou minha atenção o lance em que o zagueiro Leandro Euzébio, caído, acertou o pé no rosto de um jogador argentino. Claro, foi expulso. Euzébio é um típico zagueiro xerifão, que se impõe pela força e pela ameaça de violência aos atacantes muito mais do que pela habilidade, pela capacidade de desarmar legitimamente o adversário, na bola. Na minha opinião, trata-se de um grosso, na acepção clássica das peladas. Todavia, há técnicos em todos os cantos que prezam esse tipo de “jogador”. Tanto que o zagueiro passou a ser visto como “naturalmente grosso”, sem a mesma técnica que os jogadores de meio e os atacantes. Pergunto-me, por quê? A única resposta que consigo atingir é justamente a de que o apreço dos treinadores tornaram a tese uma verdade.
Zagueiros como Leandro Euzébio, Domingos e, por que não dizer, o “galáctico” Pepe – sim, o português (não falem brasileiro, pois o gajo naturalizou-se, ó pá!) –, admirado pelo badalado José Mourinho. O mesmo Pepe que pisou “sem querer” na mão de Messi em mais um jogo em que o Barça passou por cima do freguês merengue. Valorizar esse tipo de jogador, na minha modesta opinião, é rebaixar a condição de zagueiro e o próprio futebol. Infelizmente, ao contrário do que apregoa Tiago Leifert, Domingos não é "o último zagueiro", mas apenas um a mais dentre inúmeros outros "xerifões".
A filosofia oposta, de jogo de valorizar jogadores técnicos em todas as posições, também explica as equipes maravilhosas armadas por Telê Santana, que não admitia deslealdade de seus jogadores contra os oponentes. Loas cantemos no dia em que os técnicos deixarem de valorizar zagueiros brutos e pernas-de-pau em prol de craques da defesa, pois, sim, eles existem. Que o digam Gamarra, Baresi, Maldini, Piquet, Thiago Silva, Dario Pereyra, Oscar, Luizinho, Figueroa, Beckenbauer, entre outros. Sim, são raros, cada vez mais raros. Por esse motivo, lanço a campanha: “Grande área não é velho oeste: abaixo o zagueiro xerifão”.
JFQ

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