sábado, 7 de janeiro de 2012

Palmeirenses reagem contra faixa “A Homofobia Veste Verde”

Vitor Angelo


De repente, como quem não quer nada, a torcida organizada Mancha Verde se posicionou na frente da entrada da Academia de Futebol, na quarta-feira ,04, em São Paulo e ostentou, mesmo que por pouco tempo, a faixa: “A Homofobia Veste Verde”. A cor é o símbolo do Palmeiras.
Sabe-se do alto grau homofóbico de muitas organizadas, que chegam a proibir o uso de brinco ou cabelo comprido entre seus filiados, como se isso fosse sinal de “viadagem”. Sabe-se também do alto grau de preconceito contra o jogador Richarlyson, considerado homossexual e por isso indigno de jogar em que clube for. A ligação (tosca) é esta: a organizada, apavorada como uma menininha no escuro, quis dar seu recado à diretoria do clube que não queria o craque no time. E para isso, deu um show de intolerância.
Mas a resposta ao ato não tardou a surgir dos próprios palmeirenses. “Será que na origem desse tipo de manifestação homofóbica estão os medos, traumas e frustrações que buscamos evitar quando escolhemos um time e projetamos nele nossa própria imagem? Acho que sim. Mas se isso não nos impede de superar rivalidades regionais e idolatrar argentinos, chilenos, jogadores que até a temporada passada estavam nos times rivais e uma infinidade de outras situações, por que então não é possível aceitar no time um jogador gay bom de bola? Eu sou palmeirense e quero um time que jogue bem e ganhe títulos. Os jogadores podem ser brancos, pretos, gays, japoneses, vesgos ou canhotos. Eu quero é que o cara dentro de campo jogue bem. Se ele ficar com frescura caprichando no nó da chuteira na hora do adversário cobrar falta, isso sim é um problema grave. O que ele faz fora do campo, não é”, escreveu Marcelo Marchesini no blog Vai Parmera, criado pelo palmeirense Luiz Fernando Moncau.
Nesta sexta-feira, 06, no mesmo blog, Rodrigo Savazoni escreveu um texto com o título: “A esperança é verde. Homofobia? É crime!”. Ele coloca: “O que é verde, meus caros, é a esperança. A esperança de vivermos um dia em um país em que os direitos humanos sejam respeitados, em que jogadores raçudos e competentes como Richarlyson não sejam perseguidos por sua orientação sexual (seja ela qual for), em que a democracia se imponha sobre a barbárie. Homofobia deveria ser crime. Não é, porque este é um país com um alto déficit democrático, mas estamos avançando”.
Essas posições que Luiz Fernando Moncau resolveu abrir para rebater a faixa homofóbica mostra que acima do fanatismo de qualquer torcedor, seja de que time for, está o cidadão, seja ele verde, preto e branco, azul, vermelho...

Um comentário:

  1. Fico imaginando a reação da torcida palmeirense (e de outras) caso Messi viesse a público dizer que é gay. Será que não gostariam de tê-lo no time por isso? Ou macho que é macho joga com Luan?

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