sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Saudoso futebol dos verdadeiros ídolos fica mais pobre ainda com o fim da carreira de São Marcos



Vitor Birner


Talvez você não se lembre, mas houve momentos em que a titularidade de São Marcos foi questionada.

Isso aconteceu quando Diego Cavalieri apareceu e o santo goleiro palestrino enfrentava problemas de lesões, os mesmos responsáveis pela triste e inevitável decisão de ele parar.

Na época, eu era comentarista da CBN.

Meu amigo e narrador Deva Pascovicci, nas transmissões dos jogos do Palmeiras, cumpria o dever de me perguntar qual dos goleiros deveria começar jogando.

A polêmica estava na mídia e não havia como escapar da discussão

A minha resposta era sempre igual.

“São Marcos”!!!!!

Eu dizia o nome dele como se entoasse um mantra capaz de salvar o futebol dos atletas que amam seus empresários e não dão a mínima para a camisa do clube que vestem.

E emendava lembrando os ouvintes do óbvio:

“Aproveite cada segundo da carreira dele. São Marcos é um dos raríssimos ídolos de verdade. Uma hora ele vai parar e hoje em dia não aparecem mais atletas identificados as pessoas da arquibancada. Marcos é um jogador do futebol moderno, mas com atitude dos antigos, pois mantém a alma do futebol romântico que ganhou o coração dos brasileiros”.

Além de reverenciar a postura do atleta palmeirense, eu defendia o goleiro tecnicamente acima da média, fundamental no pentacampeonato mundial da seleção e no título da Libertadores em 1999.

O atleta que pegou a penalidade de Marcelinho na semifinal da Libertadores em 2000, momento com sabor de título palmeirense, naquele campeonato vencido pelo Boca Juniors.

Ele foi tão, tão, tão especial, que nem os corintianos, maiores vítimas das santas técnica e estrela do São Marcos, têm antipatia por ele .

Simples, comunicativo e muuuuuuuuuuuuuuito menos político que a média de seus companheiros na hora de explicar derrotas e dividir responsabilidades, Marcos Roberto Silveira Reis caiu nas graças de quem ama o futebol, seja qual for a paixão clubística do torcedor.

Especialmente após a participação na Copa do Mundo em 2002, quando, por conta do título, se transformou em ídolo nacional.

O tempo, carrasco da condição de física de todos os seres humanos, não permite exceções e findou a história do goleiro dentro das quatro linhas.

Ela, de hoje em diante, será contada nos jornais, documentários, livros e principalmente pelos palestrinos que tiveram o privilégio de ver São Marcos centenas de vezes com a camisa do clube.

Está encerrado um dos mais bonitos capítulos do futebol.

Marcão, valeu por tudo!!!!!!!!!!!!!!


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