sábado, 19 de junho de 2010

O espírito americano



Eslovênia 2x2 EUA (Grupo C)

Os EUA manifestaram uma súbita volúpia de nos tomar o status de país do futebol. Ou, no mínimo, de ser um país no qual seja tão bem recebido como o basquete ou o beisebol. Pelo menos a considerar o entusiasmo de sua torcida e o que sua seleção apresentou contra a Eslovênia. Torcedores norte-americanos vibrando, chorando, tocando vuvuzelas a plenos pulmões não é lá coisa que se possa esperar. Descobriram, enfim, o porquê o pessoal do lado de baixo do Equador gosta tanto desse jogo?

Donavan, meia atacante do time, foi o melhor em campo e comandou a nova reação americana. Desta vez, inclusive, mais impressionante do que contra a Inglaterra. E só não acabou em catarse total porque a arbitragem inventou sabe-se lá uma falta ou um impedimento – não aconteceu nem um, nem outro –, anulando gol que daria uma espetacular vitória, como aquela que nós, brasileiros, aplicamos contra o mesmo EUA na final da Copa das Confederações.

O primeiro tempo foi dominado pela Eslovênia: 2x0. Logo no início do segundo, Donavan, com uma raiva visceral, chutou a bola frente a frente do goleiro esloveno como se quisesse arrancar-lhe a cabeça com uma “jabulanada”: 2x1.

Após tentar, tentar e tentar, os americanos conseguiram o empate, suado, aos 38 minutos, com Bradley, filho do técnico. Não bastasse esse poder de reação, os EUA só não venceram a partida por conta da já referida falha da arbitragem.

Os EUA se firmam como o time da reação. Começaram perdendo os dois jogos, mas conseguiram chegar ao empate e quase virar. Mostram, senão um futebol brilhante, ao mesno bem estruturado e, principalmente, muita garra e muita aplicação. Para Donavan, esse espírito de luta e de recuperação é o verdadeiro “espírito americano”. Quem sabe, seja o espírito que lhes dará a vaga para as oitavas, quem sabe, às custas da eliminação da Inglaterra.

JFQ

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