Argélia 0x1 Eslovênia. Grupo C
Sou contra as naturalizações fabricadas com vista a turbinar seleções “nacionais”. Entendo por fabricadas as naturalizações de jogadores sem raízes nos países cujas cores defendem, às vezes, contra as seleções de seus próprios países de origem. O “português” Liedson é um exemplo claro, já que o próprio declarou sentir-se brasileiro. A Fifa, diga-se, está preocupada com a onda, que cresce a cada Copa, e promete restrições às naturalizações.
Enfim, sou favorável a tais restrições. E, após assistir às partidas entre Uruguai e França e entre Argélia e Eslovênia, sou especialmente favorável a que se proíba naturalizações de jogadores franceses.
Quem viu o desastre técnico-ludopédico do 0x0 – placar de suma justiça – entre os celestes e os bleus, em que as três estrelas nas duas camisas devem ter se apagado de vergonha, assistir a Argélia e Eslovênia foi a confirmação de que o ruim pode ainda ser pior e de que o futebol francês carece de uma revolução à altura de Napoleão, Platini e Zidane. Digo isso porque a Argélia tem 17 franceses naturalizados no seu elenco. Por ironia, Zidane, descendente de argelinos, esteve presente ao estádio. Pobre, Zizu.
O primeiro tempo pode ser resumido assim. A Argélia tocava a bola de lado, no meio campo e, após muito tentar, chegava perto da intermediária da Eslovênia, quando seu jogador trombava com um defensor adversário que lhe tomava a bola e fazia o caminho inverso, com o mesmo desfecho. O melhor momento foi uma cabeçada da Eslovênia que passou a uns dois metros da trave esquerda do gol argelino.
À guisa de protesto e sabedor de meus quilos a mais, confesso que desisti do segundo tempo e fui dar uma corridinha. Ademais, não podia deixar de aproveitar o solzinho que há muito não dava as caras na minha fria cidade. Quem teve paciência para conferir a partida toda, por favor, faça algum comentário aí embaixo e diga “o que só você viu”.
Ainda cheguei a tempo de assistir aos quatro minutos finais e notar que o jogo havia dado uma melhoradinha. (Saliente-se o diminutivo). A Argélia perdia por um a zero e foi obrigada a (tentar) jogar futebol para minimizar o prejuízo. O gol esloveno saiu em chute um tanto despretensioso de Koren, em que o goleiro argelino Chaouchi, talvez por inveja de Green, da Inglaterra, tomou um frango. Essa jabulani não tem jeito mesmo!
No grupo de Inglaterra e EUA, aliados na política internacional, Eslovênia e Argélia completam o grupo que pode ser considerado o “eixo do mau”. Com “u” mesmo, de mau futebol.
JFQ
A falta de técnica continuou a mesma no segundo tempo, com o auge nem sendo o frango do goleiro, mas a brilhante participação do atacante arglina Ghezza, que entrou no segundo tempo e em seu primeiro lance puxou o adversário pela camisa e levou amarelo e, 15 minutos após entrar em campo colocou a mão na bola e foi expulso. Lodeiro deve ter ficado aliviado. Agora, outra coisa me intriga: sempre achei que a Europa deveria ter mais vagas nas Copas, já que temos participantes muito fracos da África, Ásia e Oceania. Grécia e Eslovênia me fizeram mudar de opinião.
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