A jabulani já não é a única vilã dos goleiros nesta Copa. As mulheres também têm a sua culpa.
Primeiro foi o goleiro da Inglaterra, Green, que frangou no jogo contra os EUA. Segundo o tablóide britânico Daily Mirror, o arqueiro do English Team terminou um relacionamento de 1 ano e oito meses com a modelo de lingerie canadense Elizabeth Minett há pouco menos de um mês e não está, digamos, com uma irremediável dorzinha de corno. Quer dizer, Green teria tomado um peru porque estava pensando na ex?! Bem, no caso de Green, talvez seja o contrário: o frango explica a separação. Afinal, a própria jabulani mostrou que o cara não tem pegada!
O segundo caso foi o do goleiro Iker Casillas, da Espanha. Casillas teria se distraído com a namorada, a jornalista Sara Carbonero, que está cobrindo a Copa do Mundo. Sara estaria atrás do gol e teria tirado a atenção de Casillas durante a partida contra a Suíça, em que a Fúria saiu derrotada.
Resumo da ópera: quanto à jabulani, nesta altura do campeonato os goleiros já devem estar bem adaptados; entretanto, em relação às mulheres, só castrando.
A propósito, leia abaixo um bem humorado artigo de Xico Sá sobre o assunto.
JFQ
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Amor de goleiro
Xico Sá
Folha de S.Paulo (19/06/2010. P. D5)
AMIGO TORCEDOR, amigo secador, não consigo esquecer um minuto a Sara Carbonero, repórter do canal "Telecinco", namorada do goleiro Casillas, a quem muitos espanhóis, com ciúme ou por despeito, culpam pelo fracasso da pátria em castanhola contra a Suíça.
A morena acompanha, profissionalmente, o time do amado, sempre a poucos metros da rede do guarda-metas. Segundo a versão mais fanática, aqueles "ojos verdes" teriam desconcentrado o pobre rapaz. Faz todo o sentido do mundo.
Amar e pegar no gol são ofícios incompatíveis. Imagine uma D.R., a mitológica discussão de relação, no dia do jogo, mesmo por telefone, mesmo por MSN ou por outra ferramenta moderna?! Imagine estar sofrendo de amor e, em vez do gandula, é ela, Sara, quem acaba devolvendo a bola!
Um volante, tudo bem, pode levar o maior pé na bunda e jogar melhor ainda: só vingança, vingança no bico da chuteira assassina e na cara feia para os inimigos. Um goleiro, não. Perde o equilíbrio, com ou sem a insustentável leveza da Jabulani.
Por trás de um frango, na várzea ou em uma Copa, há uma dor amorosa. O medo do goleiro diante do chifre.
Não foi à toa que os tabloides britânicos associaram o gol sofrido pelo Green, contra os EUA, à sua recente separação.
Leve-se em conta, amigo, que estamos falando de uma equipe cujos treinos estão mais para ensaios de Shakespeare do que para o futebol propriamente dito. Haja traições entre os boleiros, que o digam os colegas John Terry e Wayne Bridge.
Só sei, amigo, que não consigo esquecer os olhos de Sara Carbonero. Trabalharia qual um mouro para sustentá-la para o resto da vida.
Amor e vida debaixo das traves não combinam. Lembro de um belo conto do Flávio Moreira da Costa, "A Solidão do Goleiro". Relata a agonia de um camisa 1 do escrete canarinho que, às vésperas de uma peleja decisiva, descobre a traição da legítima esposa. O drama está no livro "22 Contistas em Campo" (Ediouro).
Não é o caso do arqueiro espanhol. A torcida o acusa apenas de perder a concentração diante da chica. E tem algo mais criminoso do que a beleza?
"Eu posso desestabilizar o time? Acho que isso não faz o menor sentido", disse a moça, em sua rede de televisão. Faz sim, querida Sara, sinto muito.
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