Itália 1x1 Nova Zelândia (Grupo F)
O título deste post não é nada original, mas não consegui resistir. Já o tinha escutado em 1982, quando o Brasil iria enfrentar a Nova Zelândia. Contudo, naquela Copa, o time de Zico, Sócrates e companhia não deu chance para zebras, e bateu a representante da Oceania por 3 a 0, fora o baile.
Quem esperava que os neozelandeses fossem o saco de pancadas do grupo F – eu, confesso, esperava –, está boquiaberto com sua a condição de azarão. Caso vença o Paraguai – e depois dos resultados conquistados, não dá para duvidar da equipe comandada por Ricki Herbert –, a Nova Zelândia se classifica para as oitavas. Quem diria!
O jogo começou quente em Nelspruit. Ainda no início, naquela fase de estudos, aos 7 minutos, Sweltz fez o gol para a Nova Zelândia, após cobrança de falta. Estava impedido, mas muito difícil de ser marcado, dada a rapidez do lance.
Inferiorizada no placar, a Itália partiu decidida para o ataque, em especial pela direita com Pepe e Zambrota. Chegou sucessivas vezes, mas não conseguia finalizar, impedida pela boa marcação neozelandesa.
A Itália jogava bem, utilizando os lados do campo, só que apresentava problemas de articulação no meio, evidenciando a falta que faz o meia Pirlo, ainda se recuperando de contusão. A Nova Zelândia, por sua vez, passou a exagerar na marcação, utilizando-se de cotoveladas nas bolas disputadas por cima.
A Azzurra apresentava um sistema ofensivo com boa movimentação. Em um 4-4-2, em que apenas os zagueiros Cannavaro e Chiellini, além do primeiro volante De Rossi mantinham-se mais fixos, os meia-atacantes Pepe e Marchisio, o atacante Iaquinta e o volante Montolivo (para mim, o melhor em campo) circulavam, aparecendo em pontos diferentes da intermediária e da área da Nova Zelândia. Também os laterais Zambrotta e Criscito chegavam à frente, de quando em quando. Apenas Gilardino, mais apagado, em boa medida pela marcação sofrida, não se movimentava da mesma forma.
A Itália passou a sufocar, mas não conseguia fazer o gol. Montolivo, aos 26, deu um chutaço que estourou no posto direito da meta neozelandesa, após a bola fazer uma curva impressionante. Um minuto depois, porém, veio o gol. Tommy Smith puxou De Rossi na área, e o árbitro assinalou o pênalti, convertido por Iaquinta: 1x1.
O jogo seguiu da mesma forma – Itália girando a bola perto da área da Nova Zelândia, com posse de bola muito superior, mas sem conseguir a última penetração e o tiro ao gol – até o final do primeiro tempo. Na volta para o segundo, Marcelo Lippi colocou Di Natali no lugar de Gilardino e Camoranesi no lugar de Pepe.
As substituições melhoraram ainda mais a Azzurra, principalmente por Di Natali, que deu uma movimentação antes inexistente com Gilardino. Porém, a melhora não se converteu em gols. O goleiro Marchetti apenas assistia à partida, enquanto seu time ia para frente. Lippi fez a terceira substituição logo aos 15 minutos (ao contrário do nosso Dunga, que espera o final do jogo para fazê-las), colocando Pazzini no lugar de Marchisio. Não surtiu o efeito esperado.
Aos 17, foi a Nova Zelândia que assustou a Itália: o zagueiro Vicelich acertou um belo chute, que passou à direita de Marchetti. A Itália respondeu com mais um chute de Montolivo, aos 24, e cabeçada de Iaquinta, aos 33, interceptada pelo zagueiro Reid. A Itália sufocava e a Nova Zelândia esboçava alguns contra-ataques. Num deles, aos 37, Wood, após falha de Cannavaro, acertou um forte chute que passou perto.
Final de jogo: 1x1, histórico para a Nova Zelândia. Empate com pinta de vitória, para não dizer de título.
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Luto
A Itália disputou a partida contra a Nova Zelândia de luto. Morreu o ex-jogador Roberto Rossato, zagueiro na Copa de 70.
JFQ
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