segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Recordes de Messi

Ruy Castro



Neste momento, 11 da noite no Rio e duas da manhã em Barcelona, Lionel Messi deve estar quebrando mais um recorde. Não se passa um dia sem que Messi, craque do Barcelona e da seleção argentina, não quebre um recorde no futebol, para nosso deleite, admiração e inveja.

Nos últimos tempos, a Fifa --entidade equivalente em termos terrenos à Santíssima Trindade nos celestiais-- homologou novos recordes de Messi. Ele foi o melhor jogador do mundo pela quarta vez consecutiva e o maior goleador da Europa também pela quarta vez consecutiva. Antes, já tinha sido o primeiro a marcar cinco gols numa só partida da Liga dos Campeões. Agora, é também o maior goleador num só ano em todos os tempos e o maior em um só ano do Campeonato Espanhol, do Barcelona e da seleção argentina. Como se não bastasse, tornou-se, há pouco, o maior goleador que já usou um smoking com bolinhas brancas numa cerimônia oficial.

Outro recorde, ainda pendente de confirmação pela Fifa, é o de maior número de espirros no vestiário antes de um jogo contra o Real Madrid. E não há limite para os futuros recordes de Messi. Já se tem como certo que, um dia, ele chegará aos mil gols e será campeão, bicampeão e tricampeão mundial por seu país.

Quando os argentinos dizem que Pelé não era aquilo tudo por não ter atuado na Europa, esquecem-se de que o Santos de Pelé vivia na Europa e que, aqui, tinha de enfrentar outros 12 ou 15 grandes times brasileiros, a milhares de quilômetros um do outro --e que Messi passa o ano disputando um campeonato, o espanhol, composto de Barcelona, Real Madrid, um eventual terceiro time e 17 perebas, sendo que o quarto colocado nunca fica a menos de 50 pontos do primeiro.

E, se Messi fosse brasileiro, eu me pergunto se nossos irmãos argentinos teriam a nossa adoração por ele.



Publicado na Folha de S.Paulo, em 16/02/2013.

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