Armando Nogueira disse certa vez: “O bom jogador vê a jogada. O craque antevê”. Essa definição do craque é utilizada correntemente em discussões boleiras nas academias, botequins e arquibancadas mundo afora. Não obstante, há os rebuscamentos conceituais. Por exemplo: esse conceito de craque não cabe a Pelé, que não poderia ser comparado, por exemplo, a Platini, Zidane ou Romário, sabidamente craques. Pelé está além do craque: Pelé é gênio. A propósito, José Macia, o Pepe, companheiro de Pelé no Santos, sempre se apresenta como o maior artilheiro da história do Peixe, já que o Rei não conta (nas estatísticas, Pelé é o primeiro artilheiro santista com 1091 gols, Pepe é o segundo com “somente” 405).
Desenvolvi o prolegômeno acima para discutir o enquadramento de Messi na escala de status ludopédico. Messi, obviamente, é mais que um bom jogador, no mínimo, um craque, um cracaço. Mas seria um gênio? Estaria, senão à altura de Pelé, de Maradona? Os argentinos devem odiar esse tipo de colocação, mas...
Messi, com apenas 22 anos de idade, é um dos melhores jogadores dos anos 2000. De todos os tempos também, só que mais abaixo na lista dos grandes jogadores. Tomando-se apenas os argentinos, Messi vem sendo comparado a Maradona, para mim, o melhor jogador desde os anos 1980. Por que não dizer: o melhor jogador que vi na minha vida. Porém, falando nos hermanos, há sempre que se ponderar certo complexo de superioridade tipicamente portenha, além do vezo para discussões – e competições – eternas. Por exemplo, entre os próprios argentinos, existe a polêmica se Di Stefano não é o melhor de todos os tempos. Claro, não só da Argentina, mas de todo o mundo! Essa tese, inclusive, é defendida por Eusébio, o melhor jogador português de todos os tempos... ou seria Figo? Quem sabe, Cristiano Ronaldo?
Desenvolvi o prolegômeno acima para discutir o enquadramento de Messi na escala de status ludopédico. Messi, obviamente, é mais que um bom jogador, no mínimo, um craque, um cracaço. Mas seria um gênio? Estaria, senão à altura de Pelé, de Maradona? Os argentinos devem odiar esse tipo de colocação, mas...
Messi, com apenas 22 anos de idade, é um dos melhores jogadores dos anos 2000. De todos os tempos também, só que mais abaixo na lista dos grandes jogadores. Tomando-se apenas os argentinos, Messi vem sendo comparado a Maradona, para mim, o melhor jogador desde os anos 1980. Por que não dizer: o melhor jogador que vi na minha vida. Porém, falando nos hermanos, há sempre que se ponderar certo complexo de superioridade tipicamente portenha, além do vezo para discussões – e competições – eternas. Por exemplo, entre os próprios argentinos, existe a polêmica se Di Stefano não é o melhor de todos os tempos. Claro, não só da Argentina, mas de todo o mundo! Essa tese, inclusive, é defendida por Eusébio, o melhor jogador português de todos os tempos... ou seria Figo? Quem sabe, Cristiano Ronaldo?
Apesar do futebol maravilhoso que demonstra, apesar dos 4 gols contra o Arsenal e de tantos outros, ainda não coloco Messi no patamar de genialidade que concedo a Maradona. Comparo Messi, por ora, com a geração atual: Cristiano Ronaldo, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo. Minha pergunta fundamental sobre ele é a mesma feita por Juca Kfouri: quem é melhor, o Messi de agora ou Ronaldinho Gaúcho no auge? Por enquanto, ainda vejo o brasileiro – sem qualquer nacionalismo – como melhor. Ambos são cracaços (uma categoria intermediária entre o craque e o gênio), mas estão aquém da genialidade de Pelé e Maradona. Motivo: estes conseguiram comandar suas seleções, e não só seus times, em conquistas mundiais. De Maradona, até mesmo, pode-se dizer que praticamente carregou a Argentina de 1986 nas costas, o que também é dito por alguns quanto a Garrincha em 1962.
É preciso, ainda, distinguir a “genialidade ampla” (outro conceito), como a de Pelé e Maradona, que dominam várias funções e formas de ocupação no campo, daquela “genialidade especializada”, voltada apenas a uma função. Ronaldo Fenômeno e Romário, por exemplo, são gênios na arte de marcar gols. Gamarra e Baresi, na de defender. O goleiro, por definição, só pode ser considerado gênio na sua especialidade.
É preciso, ainda, distinguir a “genialidade ampla” (outro conceito), como a de Pelé e Maradona, que dominam várias funções e formas de ocupação no campo, daquela “genialidade especializada”, voltada apenas a uma função. Ronaldo Fenômeno e Romário, por exemplo, são gênios na arte de marcar gols. Gamarra e Baresi, na de defender. O goleiro, por definição, só pode ser considerado gênio na sua especialidade.
Como se vê, o futebol é uma ciência (ciência?), cujo arcabouço conceitual precisa ser continuamente debatido, desconstruído e reconstruído a bem da perfeita análise desse universo de complexidade shakespeareana chamado futebol. Haja cerveja! Mas o bom mesmo é tratar o futebol menos como competição e mais como arte. Independentemente de ficar discutindo quem foi melhor ou como defini-lo, simplesmente encantar-se com todas as pinturas produzidas em campo por todos esses grandes artistas. Por ora: bravo, Messi!
JFQ
JFQ
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