quinta-feira, 21 de junho de 2012

Problemas que os cartolas não querem solucionar

Dois lances, em partidas decisivas realizadas nos últimos dias, foram alvo de muita discussão. Apesar do bafafá, estou convicto que se trata de dois pseudo-problemas. Ou melhor, de problemas cuja solução é fácil, óbvia até, mas que ninguém quer realmente implementar.


O primeiro lance é o gol não marcado da Ucrânia sobre a Inglaterra, pela Eurocopa. A TV mostrou inúmeras vezes, por diferentes ângulos, sem deixar dúvidas: o zagueiro inglês John Terry tirou a bola de dentro do gol. Não obstante, o bandeira não assinalou e o juiz não validou o que seria o tento de empate do time da casa. Caso assinalado, o gol poderia ter sido o primeiro passo para salvar a seleção ucraniana da eliminação. Poderia ter mudado a história do jogo, quiçá do torneio. Nos botecos e mesas redondas da vida ouvem-se vozes pedindo a cabeça da arbitragem. No entanto, pouco se diz sobre a solução definitiva do problema: o auxílio da tecnologia para dirimir dúvidas do tipo. Aliás, um auxílio já utilizado em outros esportes, como o tênis e o futebol americano.



O segundo lance foi o entrevero envolvendo o jogador Adriano, do Santos, com um gandula, na partida em que o Peixe terminou eliminado pelo Corinthians da Libertadores. Neste caso, nem arbitragem, muito menos gandula devem ser responsabilizados pela eliminação santista. Porém, há que se concordar com Cléber Machado, da TV Globo, que lamentou do quão chato é essa “praxe” de gandulas no Brasil, bastante “participativos” – ora retardando, ora acelerando as jogadas –, sempre em benefício do time da casa. Creio que o único fator extra-campo legítimo favorável ao time da casa é a torcida em número maior; no mais, só é aceitável a disputa de onze contra onze dentro das quatro linhas. Só fiquei frustrado com a falta de um comentário complementar do narrador da TV Globo: por que os gandulas são designados pelos clubes e não pela Federação ou pela CBF? Em outras palavras, por que não há gandulas profissionais e neutros, assim como – supostamente, pelo menos – o são os componentes da arbitragem?

Em suma, que me perdoem os revoltados de plantão, mas os verdadeiros culpados a quem deveriam voltar seu chororô não são nem bandeirinha, nem árbitro, nem gandula. São aqueles que têm o poder de mudar as regras e procedimentos do futebol – alguns bem simples, aliás – mas, por algum motivo, não o fazem.

JFQ

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