segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pardal Menezes, a volta de Ganso e o apagão defensivo



Copa América
Brasil 2x2 Paraguai

Acompanhando seus colegas de (passado) gigantismo, Argentina e Uruguai, o Brasil novamente decepcionou. Não pelo resultado – empate com o Paraguai não é vexatório, ainda mais na atual conjuntura –, mas pelo modo como a seleção de Mano Menezes deixou escapar o resultado positivo em um jogo cujas rédeas pareciam em suas mãos.

Três destaques: o retorno de Ganso, senão a um futebol brilhante, a uma boa atuação; o apagão da defesa, até então o ponto forte do time; e a fase “professor Pardal” que acometeu o treinador da seleção.

Se Paulo Henrique não fizera uma boa partida na estreia – na verdade, só não foi substituído por absoluta benevolência e confiança de Mano –, contra o Paraguai procurou a bola e protagonizou boas jogadas. Em especial, procurou fazer o que dele se espera: distribuição de jogadas e assistências precisas. Infelizmente, no momento em que isso se deu, os companheiros de ataque e das laterais não ajudaram. A presença de Jadson no meio ajudou Ganso a produzir mais; no entanto, o jogador a menos no ataque parece ter confundido Pato e Neymar, perdidos e confusos. Além disso, nem Daniel Alves, nem André Santos apoiaram as subidas para o ataque, não se sabe se por instrução do treinador ou por incapacidade momentânea, uma vez que o apoio é uma das principais características de ambos.

Aliás, Dani Alves e André Santos fizeram por merecer críticas também na atuação defensiva. Causaram tamanho descontentamento que podem até ceder suas vagas de titulares a Maicon e Adriano, na partida contra o Equador. Os dois gols do Paraguai – que não fez muito mais do que os gols – saíram de falhas bisonhas e seguidas do sistema defensivo. Nos dois gols, os paraguaios aproveitaram a falha de posicionamento de Daniel Alves, bem como de cobertura dos zagueiros Lúcio e Thiago Silva e do lateral André Santos. Juro que cheguei a pensar que a coisa era de propósito, sei lá, talvez como um protesto pela proibição de discursos religiosos como nos tempos de Dunga (será?). Contudo, prefiro crer que foi apenas um momento ruim. Muito ruim! Lúcio e Thiago Silva, além das falhas na marcação, abusaram das tentativas de ligação direta. Justo no dia em que Ganso estava bem na articulação e auxiliado por Jadson!

Por falar em Jadson, o contestado jogador foi a primeira “invenção” do professor Pardal Menezes. Como na partida contra a Venezuela, em que se via problemas no meio e Mano colocou um atacante, Jadson só era opção para início de jogo contra o Paraguai na cabeça do técnico. Elano e Lucas Silva, até pelas alterações anteriores feitas por Mano, eram opções mais esperadas. Não que o treinador deixe Jadson de lado – muito pelo contrário! –, mas parecia certo que no seu esquema só caberia um articulador, no caso, Ganso. Bem, o fato é que a opção deu certo, pelo menos por alguns minutos. Mais do que isso: Jadson foi o autor de um golaço que colocou o Brasil na frente. Só que, para contrariar o ditado futebolístico, Mano resolveu mexer em time que estava ganhando. Após convencer a muitos de que fizera a escolha certa, tirou Jadson para colocar Elano. Qual seria a intenção do treinador? A desvendar.

A seleção tomou os gols já citados, frutos da competência paraguaia, especialmente dos atacantes Santa Cruz e Valdez e do meia Lucas Barrios, e da incompetência defensiva, e passou a ser dominado. No momento em que o meio-campo era perdido, Mano mexeu no ataque. Parece ter ouvido o clamor de Galvão Bueno: falta o atacante de área, falta a referência, falta o centroavante!!!! Só faltou gritar: falta o Rrrrrrrrrrrroooonaaallllldo!!!! Mano colocou Fred, seu novo talismã, que aproveitou ótima assistência de Ganso para marcar o gol de empate no fechar das cortinas.

O empate não foi bom, mas ficou a sensação de que poderia ter sido pior. E, apesar dos pesares, o Brasil está numa situação até menos preocupante que a de Argentina e Uruguai. Ademais, para que é chegado a “superstições estatísticas”, quando o período pré-Copa é ruim é porque o Mundial promete, e vice-versa.

Agora, é bom Mano Menezes colocar as barbas de molho. Já deve haver muita gente dentro e fora da CBF convencida de que Muricy Ramalho não recusaria um convite pela segunda vez.

JFQ

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