sexta-feira, 1 de julho de 2011

O vôo de Falcão e a crise do Galo



O Atlético Mineiro parece ter se especializado em apagões durante as partidas. Contra o Flamengo, no último domingo, o time de Dorival Junior ia muito bem, vencia por 1 a 0, até que Ronaldinho Gaúcho, com um golaço, empatou a partida. Se ficasse por aí, ainda vai. O problema é que outros três gols flamenguistas se seguiram, selando o placar final de 4x1 para a equipe carioca, e demonstrando a extrema fragilidade defensiva que acomete o time mineiro ao sofrer um gol.

Ontem, jogando diante de sua torcida, em Sete Lagoas, a história não foi muito diferente. Até o placar foi semelhante: 4 a 0 para o Internacional. Todos os gols foram marcados no segundo tempo. Ou seja, para o Atlético, o princípio segundo o qual onde passa um boi, passa uma boiada, está virando lei.

O problema do Galo parece até mais psicológico do que técnico ou tático. Dorival Junior, que já salvou o time de um iminente (segundo) rebaixamento no ano passado, terá que ir além das boas “peças” e da sua organização em campo para fazer um campeonato em que o Atlético, uma vez mais, não passe o constante sufoco do risco de retornar à Série B. Quanto aos jogadores, muito embora haja setores carentes, não se pode dizer que um elenco composto, dentre outros, por Rever, Dudu Cearense, Richarlyson, Daniel Carvalho, Guilherme e Mancini é um elenco fraco. Talvez tenha uma média de idade um pouco acima do desejável, mas não é ruim.

Quanto ao esquema de jogo, o Atlético marca bem e procura tomar as ações, especialmente com Richarlyson e Daniel Carvalho, em busca dos atacantes, Magno Alves e Guilherme. No entanto, Guilherme, apesar de rápido, não está bem, errando passes e fracassando nas tentativas de superar os zagueiros. Além disso, o Galo não consegue recompor seu sistema defensivo quando perde a bola; daí, vários dos contra-ataques adversários resultarem em gol.

Sim, tanto o Flamengo como o Inter tiveram méritos; e muitos! Porém, há algo de muito errado pelos lados do alvinegro de Belo Horizonte, especialmente na cabeça dos seus jogadores, e que ajuda a explicar as duas goleadas consecutivas.

Por outro lado, o Inter parece ter voltado a ocupar – como nos últimos anos – seu posto na lista de favoritos ao título. Falcão conseguiu dar um novo encaixe ao Colorado, já bastante entrosado – a maioria dos jogadores atua junta há um bom tempo –, com destaque para três (mais ou menos) novos reforços: Leandro Damião, Zé Roberto e Oscar. Este último, aliás, fez uma partida primorosa ontem, dando assistência, distribuindo bolas e marcando gol.

Se era contestado nos primeiros jogos, Falcão, que chegou a se desentender com seus antigos colegas de imprensa, mostra que não retornou aos campos à toa. É bom que o levem a sério.

JFQ

2 comentários:

  1. Não entendo por que o Richarlyson, canhoto, está jogando como meia-direita.

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  2. O termo "apagão" foi o mesmo que escutei de uma atleticana fanática que conheço. Os motivos deste fenômeno devem ser compreendidos para salvar o Atlético de mais um campeonato angustiante.

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