sexta-feira, 15 de julho de 2011

Crítica à crítica

Virou lugar-comum a crítica de vários locutores e comentaristas esportivos sobre a arbitragem brasileira. Eis o bordão: “no Brasil, o árbitro apita qualquer faltinha”. O paradigma é a civilizada Europa, onde se deixa o jogo correr, não se amarra a partida com o apito. O falante Galvão Bueno, por exemplo, é um que adora bater nessa tecla, deixando em segundo plano as ponderações de um constrangido Arnaldo César Coelho. Para o comentarista de arbitragem, “a regra é clara”; e falta é falta!

No entanto, com o crescimento dessa crítica quase unânime – tem razão Nelson Rodrigues: toda unanimidade é burra, de fato! –, alguns árbitros passaram a tolerar lances mais ríspidos, como se fosse “coisa do jogo”. Com isso, algumas partidas beiram à perda de controle, com seguidas jogadas violentas.

Foi o que ocorreu ontem, no jogo entre Corinthians e Internacional. Apesar de vários lances violentos – com destaque para uma cotovelada de Bolívar em Liedson e outra, de Juan em Emerson –, o juizão Ricardo Marques Ribeiro deixou de reprimi-las apontando a falta ou mostrando cartão. No final, os dois únicos amarelos, dados a Zé Roberto e Gilberto, ambos do Inter, foi muito pouco para o que foi a partida. Deu sorte o senhor Ribeiro.

Às vezes, quando se papagaia muito uma coisa, esta passa a ser entendida como verdade absoluta. A quem pensa que a Europa é exemplo de arbitragem, talvez seja apropriada uma boa pesquisa sobre as contusões graves que ocorrem por lá, e uma análise do porquê certos “guerreiros” como Felipe Melo, Van Bommel ou Gatuso são, vez por outra, concebidos como craques.

JFQ

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