Libertadores 2011
Fluminense 2x2 Argentinos Juniors
O espírito da Libertadores – muita garra e pressão quando se joga em casa, muito sangue frio e doses cavalares de catimba quando se joga fora – é uma espécie de veneno-remédio aos times brasileiros. Especialmente quando o adversário é argentino, tarimbadíssimo em cultivar tal espírito.
Pode-se dizer que o Fluminense de Muricy Ramalho – cuja carreira de treinador o coloca como especialista em pontos corridos, mas frágil em torneios mata-mata – foi vítima do remédio que procurou dosar a si próprio. Foi vítima do tal espírito de Libertadores.
Doutor Sócrates – sempre recorro a ele – é enfático na tese de que o futebol, acima de tudo, é um jogo psicológico, além da técnica e da tática. Creio que a Libertadores seja o campeonato em que esse âmbito do jogo seja ainda mais forte. Principalmente se tomarmos equipes nada brilhantes técnica e taticamente que conquistaram o título nos últimos tempos, como LDU e Once Caldas. Em suma, para ser campeão da Libertadores não é indispensável uma equipe brilhante, mas, sim, o tal espírito de Libertadores. O que, por exemplo, o Boca Juniors tinha de sobra e o Corinthians sempre confundiu com obsessão.
Voltando ao Flu, ao tricolor das Laranjeiras não faltou garra, pressão, enfim, o tal espírito, na partida contra o Argentino Juniors. Em contrapartida, o adversário esbanjou catimba e capacidade de conter o ímpeto adversário. Além de se aproveitar muito bem das falhas do Fluminense, haja vista os dois gols de cabeça do baixinho Niell, de 1,62m. Do lado do Flu, Rafael Moura demonstra que está em grande fase, não pelo futebol brilhante – o que nunca teve –, mas pelo oportunismo em colocar a bola para dentro do gol. Aliás, característica igual a do aposentado Washington, de quem Moura herdeu o lugar.
JFQ
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