sábado, 3 de julho de 2010

Que dureza!



Paraguai 0x1 Espanha (Quartas de Final)

Quem diria, o cavalo paraguaio galopou cabeça a cabeça com o andaluz espanhol, sendo ultrapassado só a poucos metros do disco final. Quem esperava – como eu – que a disputa entre Espanha e Paraguai seria a maior barbada das quartas de final, dada a disparidade entre as duas equipes, saiu com a impressão de que o Paraguai venceu e a Espanha, senão perdeu – já que está, depois de muito, muito tempo em uma semifinal de Copa do Mundo –, não convenceu que tem forças para superar a mágica Alemanha.

O jogo foi parelho do começo ao fim. Até os 13 minutos do segundo tempo, a bem da verdade, foi feio, amarrado. Pelo Paraguai, inclusive, não se esperava nada muito além disso. Do lado da Espanha, porém, esperava-se uma equipe não apenas vitoriosa, mas envolvente, o que não se viu durante toda a Copa. A impressão que se tem é de que a Espanha foi bastante ajudada pelo chaveamento; a prova de fogo virá na quarta-feira, contra a Alemanha. No entanto, nesta reedição da final da última Eurocopa, a Espanha caiu e a Alemanha assumiu a condição de favorita. O que as torna semelhantes é o fato de terem conjunto, além das boas individualidades. Só que a Alemanha progrediu nesse quesito, enquanto os espanhóis estão indo aos trancos e barrancos, extremamente dependentes dos lampejos de oportunismo de David Villa. Fernando Torres, o outro atacante espanhol, assim como Kaká, Messi e Cristiano Ronaldo, não está fazendo jus às expectativas nessa Copa, embora se deva dar a ele crédito por estar voltando de contusão.

A arbitragem foi crucial para o resultado da partida, em que pese ter tido acertos e não poder ser crucificada nos lances decisivos em que o julgamento correto dependia da visão milimétrica em centésimos de segundos. O primeiro erro foi o gol de Valdez, aos 41 minutos do primeiro tempo: gol legal do atacante paraguaio, anulado pela arbitragem, sob alegação de impedimento. Houve quem também tenha visto um toque quando o paraguaio matou a bola para chutar. Nem um, nem outro. Foi gol mesmo.

Aos 13 do segundo tempo, o árbitro assinalou corretamente pênalti de Piqué em Barreto. O atacante paraguaio Cardozo partiu para a bola com um semblante de medo, chutando fraco, quase no meio do gol. Casillas encaixou a bola. Detalhe: vários espanhóis invadiram a área, mas o guatemalteco Carlos Batres não mandou voltar a cobrança, como faria em seguida, do outro lado.

Dois minutos depois, Alcaraz derrubou Villa na área: pênalti para a Espanha. Xabi Alonso bateu e fez, mas o árbitro da Guatemala fez voltar a cobrança, acertadamente, devido à invasão dos espanhóis. Na nova cobrança, porém, o bom goleiro Villar defendeu.

O jogo continuou no banho-maria, com alguns momentos de emoção em subidas de lado a lado, até que, aos 38 do segundo tempo, Iniesta tocou para Pedro chutar na trave, no rebote David Villa – sempre Villa – bateu na jabulani, que tocou nas duas traves antes de entrar.

Final de jogo: Paraguai 0x1 Espanha. Sensação: o Paraguai chegou a uma fase de quartas de final pela primeira vez em seu história e por pouco não foi além; já a Espanha, que apesar de nunca ter feito uma final de Copa, chegou pela enésima vez apontada como uma das favoritas, está feliz pelo dever cumprido, mas ciente de que jogando assim não passa da Alemanha. A propósito, a Alemanha, para mim, conquistou a condição de favoritíssima ao título. O que é bom, mas perigoso.

JFQ

Um comentário:

  1. João, observe o lance do gol paraguaio quando sai o cruzamento. O atacante paraguaio Cardoso está em posição de impedimento. Valdez não está, mas quando a bola passa por Cardoso, ele tenta cabecear, ou seja vai em direção da bola. Neste momento observe ao fundo o bandeira iniciando o movimento de levantar a bandeira. Tenho a impressão que o bandeira deu impedimento de Cardoso e não de Valdez ou o toque de mão deste.
    Quanto ao favoritismo da Alemanha também concordo. Porém nesta Copa quantas vezes quebramos a cara com favoritos?

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