Quatro rodadas já se passaram desde que o campeonato brasileiro retornou, após o fim da Copa do Mundo. Na ponta de cima, o Corinthians continua na liderança, depois de perdê-la momentaneamente para o Fluminense. O Ceará, principal oponente do Timão no período pré-Copa, caiu para a terceira posição. O Fluminense parece ser mesmo o concorrente mais direto do time de Parque São Jorge pela liderança. O Internacional, porém, apresenta-se como um concorrente de peso, embalado com quatro vitórias em quatro jogos no pós-Copa.
Muito embora o campeonato esteja com pouco menos de um terço do caminho total percorrido – o que pode parecer pouco, mas, pelo histórico dos pontos corridos, já é uma boa amostra de quem está realmente na disputa –, Corinthians, Fluminense e Internacional mostram-se como os postulantes com mais força para chegar ao título. Pelo menos neste instante.
O Corinthians tem o desafio de mostrar que Adilson Batista conseguirá aproveitar o legado de Mano Menezes e conduzir a equipe a resultados que a mantenham nas primeiras colocações até o fim. Não é fácil. Já o Flu, no papel e em campo, é uma equipe com jeito de campeã. Também pode haver um problema envolvendo seu técnico e a seleção, a conferir: até que ponto a recusa do clube em liberar Muricy Ramalho afetará seu trabalho no comando do tricolor das Laranjeiras. O Internacional, por fim, que entrara no recesso da Copa em baixa, com a troca do técnico uruguaio Jorge Fossati por Celso Roth, voltou com a corda toda: 100% de aproveitamento nos últimos quatro jogos e otimismo a mil com os retornos de Tinga e Rafael Sobis. Melhor: ambos poderão ser aproveitados na Libertadores. Tudo azul, ou melhor, tudo colorado no horizonte do time do Beira Rio.
Com todo respeito ao Ceará, que a mim tem pinta de fogo de palha. Nem tanto pela menor tradição da camisa, mas pela força dos demais adversários. De qualquer forma, quem esperava que o time cearense apenas cuidaria de não voltar à segundona, pode ficar surpreso com esse mesmo time brigando, quem sabe, por uma vaga na Libertadores de 2011. Ainda que não seja brilhante, o Ceará mostra-se uma equipe bem equilibrada, e Estevam Soares está conseguindo manter a solidez deixada por PC Gusmão.
Na zona intermediária, destaque para o Avaí, repetindo a surpresa de 2009... se bem que surpresa repetida deixa de ser surpresa. Cruzeiro, Flamengo, Santos, Vitória e Palmeiras oscilam muito, o que pode ser fatal em um torneio por pontos corridos. Felipão ainda não acertou o passo, mas, para quem se lembra dele em outros tempos – inclusive na seleção –, sabe que quando engrena, aí segura! Valdívia chega e pode ser a peça que faltava para o Verdão deslanchar. Aliás, o clássico contra o Corinthians no próximo domingo pode ser o momento propício para isso.
O Santos, sensação do pré-Copa, começou mal o retorno, mas ensaia nova curva ascendente: vitória no clássico contra o São Paulo e convocação de Robinho, André, Neymar e Ganso podem ser os fatores motivacionais a reativar o brilhantismo do primeiro semestre. A gota d’água para isso seria (ou será) um bom resultado amanhã contra o Vitória, na primeira partida das finais da Copa do Brasil. Só que a recíproca também é verdadeira: o time baiano, apenas um ponto abaixo do Peixe no Brasileirão, também pode se motivar caso consiga com um resultado homônimo a si, vitória, na Copa do Brasil.
Por falar nos embates da quarta, o São Paulo, rival do Inter nas semifinais da Libertadores, não vem bem das pernas: 3 derrotas e 1 empate, além da cabeça de Ricardo Gomes a prêmio, quiçá com Dunga a substituí-lo. Estaria o São Paulo, mais uma vez, ensaiando sua performance Jason? Finge estar morto – por ora, finge muito bem, diga-se de passagem – para depois retornar com tudo? O fato é que o “efeito Fernandão” parece ter arrefecido e o tricolor carece de um novo impulso. Quem sabe o ajude a volta de Ricardo Oliveira.
Nas últimas posições, as grandes decepções são o Atlético Mineiro e o Grêmio. Quem esperava – como eu – que o time de Vanderley Luxemburgo e o time de Silas brigariam pelo título, se não antevê uma sofrida batalha para não cair pela segunda vez à Série B, já não deve mais ter esperanças de vê-los em busca da taça. O que também tem sentido no caso de Botafogo e Vasco.
Agora, quem corre sério risco de não ter representantes em 2011 é o estado de Goiás. A propósito, que papelão Emerson Leão e Rafael Moura, o He Man, aprontaram na partida contra o Vitória. O último parece que quis mostrar da pior maneira possível que "tinha a força". Lamentável. Haverá punição? Qual?
JFQ
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