Muricy Ramalho foi convidado pela CBF para ser o novo técnico da seleção brasileira. Certamente, é um dos cinco ou seis melhores técnicos do país, comandante do atual líder do campeonato brasileiro. Aliás, Muricy foi tricampeão brasileiro com o São Paulo, vice-campeão com o Internacional, com o qual também ganhou o gauchão, além de ter sido campeão pernambucano com o Náutico e paulista com o São Caetano.
Ou seja, Muricy tem gabarito para assumir a seleção. Mas penso que há um problema de timing na sua escolha hoje. Apesar de seu time liderar o campeonato nacional, o momento em que Muricy estava mais credenciado era após os três títulos seguidos pelo São Paulo. Agora, sua escolha, apesar da comprovada competência, não deixa de ser uma surpresa. Tanto que o técnico não estava sequer entre os treinadores inicialmente cogitados, base da enquete aí ao lado. Falando nela, não houve voto para o “nenhum deles”, onde se enquadra Muricy: foram 69% para Felipão, 23% para Leonardo e 7% para Ricardo Gomes... engraçado: nenhum voto também para Mano Menezes, cotado como favorito nos últimos dias.
Além disso, para quem esperava uma espécie de anti-Dunga, nada mais semelhante ao antecessor do que o provável novo técnico da seleção. Os dois privilegiam sobremaneira o sistema defensivo, os dois podem mostrar estatisticamente que são vitoriosos, os dois detestam a imprensa e lidam pessimamente com pressão. Diga-se de passagem, para quem explodia com a pressão nos clubes em torneios estaduais, o que fará como técnico da seleção brasileira em Copa América, Copa das Confederações, Copa do Mundo! Sorte que não terá que disputar eliminatórias.
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Fluminense não libera Muricy
Após o convite, o presidente do Fluminense, Roberto Horcades, concedeu entrevista coletiva em que afirmou que o clube não vai liberar o treinador. Está formado o imbróglio. E agora? Será que Muricy forçará sua saída? Será que um outro técnico, sabendo-se segunda ou terceira opção, aceitará o cargo? Será que o Fluminense tem poder para manter o treinador? Será que Ricardo Teixeira já não tem mais o mesmo poder de antes?
A confirmação a esta última pergunta seria a evidência mais positiva a se tirar da confusão.
Começamos mal 2014?
Ou começamos muito bem?
JFQ
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