Paulo Vinicius Coelho
Há dois motivos para a revolução no Palmeiras.
Um deles é o estilo Palaia, uma espécie de Nero do Parque Antarctica. Sem perceber, põe fogo em tudo. O outro motivo é a crise política causada pela gestão Belluzzo. E por Gilberto Cipullo, diretor de futebol desde dezembro de 2006, empossado por fazer parte do grupo Muda Palmeiras, que, na prática, mudou pouco.
Palaia acusa o grupo de ter ampliado a dívida de R$ 24 milhões, em 2006, para R$ 53 milhões em 2010. Deseja fazer auditoria no departamento de futebol, que contratou 76 jogadores em quatro anos e só ganhou um título. Que se faça a auditoria, é justo!
A paz que o Palmeiras precisa Palaia não fará. Não é seu estilo. Tanto que não acolheu os conselhos de seu próprio grupo, que pedia que não anunciasse a demissão de Cipullo na reunião do Conselho de Orientação Fiscal. Incendiário, anunciou.
É de se salientar que a cultura da turbulência é do presidente licenciado Luiz Gonzaga Belluzzo. Sem visitar o clube, sem fazer a política mesquinha do Parque Antarctica, colecionou desafetos, entre eles, velhos aliados, descontentes com os rumos do departamento de futebol, como Fábio Raiola, ex-diretor financeiro, hoje cabo eleitoral de Palaia.
A guerra terá efeito na eleição de janeiro. Ou Palaia conseguirá usar o cargo para angariar mais aliados e se eleger, ou provocará um incêndio tão grande que inviabilizará sua própria candidatura. Que não inviabilize também o Palmeiras.
* Artigo publicado na Folha de S.Paulo, em 29/09/2010.
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