domingo, 14 de março de 2010

Quatro pra lá, três pra cá

Jogaço na Vila. O Palmeiras deu um “passa-moleque” no Santos. Foi o jogo dos meninos santistas contra os briosos palmeirenses. O Verdão, como disse Diego Souza, é o patinho feio do campeonato. Pelos próprios deméritos, diga-se de passagem. Também pelas próprias forças pode tornar-se o cisne do Paulistão.

A superação palmeirense foi impressionante. O Santos jogou como vem jogando: leve, habilidoso, incontível. Ao fazer dois a zero, a expectativa era de goleada. Chamou o Palmeiras para dançar: a cada gol, uma dancinha para comemoração. Porém, o time do Parque Antártica resolveu mostrar que também é bom de dança: ainda no primeiro tempo fez o dois pra lá, dois pra cá, o 2x2 que derrubou o ímpeto santista.

O segundo tempo foi digno do primeiro e da história desse clássico. Virada palmeirense, empate santista, nova reviravolta palmeirense. E dá-lhe dancinha.

Destaques:

Marcos: Mesmo não tendo feito uma partida brilhante, “São” Marcos completou 483 jogos no Verdão, superando Valdir de Moraes, e passando a ser o segundo goleiro que mais vestiu a camisa do Palmeiras. Só está atrás de Leão, com 617 jogos.

Robert: O contestado atacante palmeirense mostra que sabe fazer gols. Fez dois no primeiro tempo, mais um no segundo. Merece respeito da torcida, que, descontente com os últimos resultados, vem culpando, injustamente, o atacante.

Lincoln: Jogou pouco tempo, mas mostrou que será muito útil ao meio-campo palmeirense. Carrega e distribui muito bem a bola. E olhe que não jogava havia 8 meses.

Antonio Batista do Prado: O árbitro inexperiente pegou um jogo dificílimo, mas saiu-se muito bem. Não há o que culpar a arbitragem sobre o desenrolar e o resultado do jogo. Inclusive, pela merecidíssima expulsão de Neymar.

Neymar: O mais evidente dos novos meninos da Vila deve tomar a partida contra o Palmeiras como uma ótima lição para sua carreira, que promete ser brilhante. Neymar é um jogador fora de série, uma promessa de craque, mas é menino, carente de amadurecimento. Quando as coisas estão bem, exagera nas firulas, perde a seriedade. Mas precisa aprender que isso pode ter consequências fatais, como neste clássico. Contra o Corinthians, Neymar foi ajeitar a bola antes de cobrar o pênalti, que acabou sendo defendido por Felipe; em seguida, deu o chapéu em Chicão quando o jogo estava parado, e o Corinthians marcou seu gol. Ou seja, atitudes de menosprezo ao adversário servem de poderosa motivação para superar uma situação adversa. O Corinthians poderia ter empatado o jogo contra o Santos (com dois jogadores a menos, Tcheco perdeu um gol feito no final da partida), e o Palmeiras conseguiu uma virada na esteira das dancinhas dos meninos da Vila. Além de perder a cabeça e levar um merecido cartão vermelho.

JFQ

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