terça-feira, 1 de março de 2011

Flamengo vence Boavista com gol de Ronaldinho Gaúcho e é campeão da Taça Guanabara 2011


Postado em O Globo: http://oglobo.globo.com/esportes/carioca2011/mat/2011/02/27/flamengo-vence-boavista-com-gol-de-ronaldinho-gaucho-e-campeao-da-taca-guanabara-2011-923891811.asp  


Foi sofrido e suado. O Boavista valorizou o quanto pôde. Mas novamente, numa decisão entre favorito e azarão, prevaleceu no futebol carioca a tradição. O Flamengo venceu a decisão da Taça Guanabara, num Engenhão lotado, com 41.708 torcedores presentes, e garantiu lugar na final do Campeonato Carioca 2011. Para a festa ser completa e o carnaval começar com uma semana de antecedência, o gol do título e da vitória por 1 a 0 foi do craque Ronaldinho Gaúcho. Numa cobrança de falta com a categoria que sempre marcou seu estilo, ele balançou a rede e tirou o time do sufoco. Porque até aquele momento o jogo estava bastante difícil para os rubro-negros.

O Flamengo comçou a partida com mais volume de jogo. E empurrava o Boavista para sua defesa. Mas Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves não encontravam espaço e pareciam sem inspiração. O primeiro lance de perigo aconteceu aos 11 minutos, quando Thiago Neves cabeceou para defesa do goleiro Thiago. Aos 15, Léo Moura recebeu sozinho na área, mas chutou à esquerda do gol.

Aos 34, a torcida rubro-negra começou a vaiar e a pedir Negueba. O esquema de Vanderlei Luxemburgo, com Ronaldinho como centroavante, não surtia efeito. Aos 39, o último bom momento do Fla na etapa inicial: Egídio cruzou na área e o goleiro Thiago se esticou para desviar a bola antes de Thiago Neves.

No segundo tempo o Boavista voltou mais animado. E o jogo começou a ganhar contornos dramáticos, porque o Flamengo encontrava ainda mais dificuldade para criar oportunidades de gol. Aos 11 minutos, Ronaldinho Gaúcho recebeu cartão amarelo depois de acertar uma canelada em Júlio César.

A estrela do craque brilho enfim aos 28 minutos. Thiago Neves sofreu falta perto da área. Ronaldinho ajeitou com carinho. A expectativa se transformou em explosão de felicidade quando a bola viajou sobre a barreira e morreu na rede, à esquerda do goleiro Thiago, que nem se mexeu. Uma cobrança típica dos melhores momentos da carreira de Ronaldinho: Flamengo 1 a 0. Na comemoração, o jogador rubro-negro puxou a coreografia do "Bonde do Mengão Sem Freio", um sucesso nos treinamentos e entre os torcedores.

Aos 35 minutos, o atacante Frontini perdeu a cabeça. Atingido por Renato Abreu numa disputa de bola em que o jogador do Flamengo ergueu demais os pés, o atacante do Boavista reagiu com um empurrão. O árbitro Marcelo de Lima Henrique deu cartão vermelho para Frontini.

A torcida do Flamengo passou então a gritar "mais um, mais um", pedindo o gol que tranquilizasse de vez o time. Aos 31, Léo Moura deu uma arrancada pela direita, em contra-ataque veloz, mas perdeu a chance de atender o pedido dos torcedores. Ele segurou demais a bola e acabou desarmado. Nada que estragasse a festa e o carnaval antecipado em vermelho e preto. Ronaldinho Gaúcho, que está pronto para cair na folia, cumpriu o dever de casa e agora pode se divertir à vontade. Ele e toda a Nação Rubro-Negra.

***

Começo promissor
Renato Maurício Prado

Não foi uma exibição de gala. Nem do Flamengo, nem de Ronaldinho Gaúcho, autor do belo gol de falta que assegurou o título da Taça GB. Mas, como criticar uma campanha invicta, na qual os 100% de aproveitamento só não foram alcançados por conta do empate com o Botafogo, na semifinal? O início da temporada rubro-negra é inegavelmente bem-sucedido.

O time está pronto? Longe disso. Falta um lateral-esquerdo (por que rescindiram com Juan, que tinha a renovação acertada e resolveria, com sobras?) e ainda definir quem será o centroavante (o Dentuço enfiado na área foi uma invenção que não deu certo e nem faz sentido: seu talento não pode ser restrito a jogar de costas, cercado por todos os lados).

O próprio esquema de Vanderlei tem variado a cada rodada e nem a improvisação de Renato Abreu, na ala esquerda, ou a entrada de Ronaldo Angelim, como terceiro zagueiro, foram capazes de produzir atuações que enchessem os olhos. Por mais que seja razoável imaginar eventuais mudanças de acordo com o adversário, é preciso uma armação base. E esta ainda não existe.

Ronaldinho Gaúcho, como a equipe, evolui aos poucos. Tem melhorado a cada partida e se ainda não protagonizou nenhum show à altura de seu passado, já deu bons passes, marcou três gols (um de pênalti, um de cabeça e um de falta) e garantiu a vitória na final. Um começo promissor. No âmbito do Rio, portanto, o Fla sai na frente, com justiça. Mas para sonhar com títulos mais importantes, como o Brasileiro, o da Copa do Brasil ou da Sul-Americana, ainda há um longo caminho a percorrer. O que é até compreensível, por se tratar do início de temporada.

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